Haddad critica proposta de economista de Bolsonaro e rebate Ciro

Nathan Lopes

Do UOL, em Guarulhos (SP)

  • REUTERS/Paulo Whitaker

    Haddad cumpriu agenda na zona leste de capital e em Guarulhos, na região metropolitana

    Haddad cumpriu agenda na zona leste de capital e em Guarulhos, na região metropolitana

O candidato à Presidência Fernando Haddad (PT) qualificou, nesta quarta-feira (19), como um "pequeno desastre" a proposta de criação de uma alíquota única para o IR (Imposto de Renda) defendida por Paulo Guedes, o principal economista da campanha de seu adversário Jair Bolsonaro (PSL).

Segundo reportagem do jornal "Folha de S.Paulo", Guedes defendeu a criação de uma alíquota única do IR de 20% para pessoas físicas e jurídicas --e aplicar a mesma taxa na tributação da distribuição de lucros e dividendos.

Guedes, que foi anunciado por Bolsonaro como seu ministro da Fazenda, também defendeu a criação de um imposto nos moldes da CPMF, que incide sobre movimentação financeira.

"É um desastre porque ele vai fazer o pobre, que já paga mais imposto, pagar ainda mais. Porque o pobre paga no consumo", disse Haddad sobre o IR igual.

O ex-prefeito de São Paulo cumpriu agenda na zona leste de capital e em Guarulhos, na região metropolitana, acompanhado de sua vice, a deputada estadual Manuela D'avila (PCdoB).

Para Haddad, os ricos deixariam de pagar imposto se houver equiparação do IR, como propõe Guedes.

"Porque o pobre paga no consumo. Por isso que a maior parte da renda do pobre vai para imposto, porque ele paga no consumo. O rico consome menos que o pobre proporcionalmente e paga menos imposto de renda", declarou o petista.

Haddad voltou a defender a isenção do IR para quem ganha até cinco salários mínimos. O candidato ainda disse que seu eventual governo não irá recriar a CPMF.

O próprio Bolsonaro postou em uma rede social: "Chega de impostos é o nosso lema!"

A CPMF foi extinta em 2007, durante o segundo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em carta a prefeitos, enviada em maio, Lula defendeu a contribuição.

Em 2015, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) tentou recriá-la, mas também não foi bem-sucedida.

Presidente precisa ter autocontrole, diz Haddad sobre Ciro

Haddad também fez sua crítica mais dura a um comentário de seu adversário Ciro Gomes (PDT) desde que assumiu a candidatura ao Planalto.

Questionado sobre a fala de Ciro, que disse que o Brasil "não suporta mais um presidente fraco que tenha que consultar seu mentor", Haddad falou que, para governar o país, é necessário "firmeza de propósitos e muito autocontrole, para evitar provocação".

O candidato do PDT é conhecido por rompantes, como o do último final de semana, em que ofendeu um jornalista durante agenda em Roraima.

O petista pontuou, porém, que há laços entre ele e o pedetista. "O Ciro é meu amigo, pertencemos ao mesmo campo. Mas às vezes nós temos conceitos diferentes", disse Haddad.

"Força, para mim, de um presidente se dá por duas questões: a primeira é firmeza e a segunda, autocontrole. Você tem que ter essas duas qualidades para presidir o país".

Desde que Haddad assumiu a candidatura pelo PT, Ciro tem disputado votos da esquerda com o petista. Nas últimas pesquisas, Haddad já apareceu isolado na segunda posição, atrás de Bolsonaro.

Ao se contrapor a Ciro, Haddad disse que é "uma pessoa firme e controlada". "Eu sei dos desafios que estão pela frente, mas também represento um projeto que expressa os anseios da grande maioria da população".

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos