Ciro pede voto a eleitor de Bolsonaro "que não seja fascista" e machista

Janaina Garcia

Do UOL, em Pindamonhangaba (SP)

O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, fez um aceno nesta sexta-feira (21) aos eleitores do líder nas pesquisas, Jair Bolsonaro (PSL), ao pedir que eles busquem "decência e autoridade", mas não tenham posições discriminatórias com mulheres, negros e população LGBT.

Ciro é um dos presidenciáveis mais críticos a posições do capitão reformado do Exército justamente em relação a esses três públicos.

"O povo sofrendo está descambando para o desânimo ou a revolta. Ao desanimado, estou pedindo: não desista do Brasil, aqui vamos criar nossos filhos", disse Ciro durante agenda de campanha na cidade de Pindamonhangaba (interior de São Paulo), terra natal dele e do adversário Geraldo Alckmin (PSDB), cuja carreira política teve início no município.

"Aos revoltados, eu digo: revolta sem causa e sem projeto é ódio. Portanto, ao eleitor do Bolsonaro que não seja fascista e não ache mesmo que temos que discriminar pessoas porque são mulheres, negros ou têm orientação sexual diferente e que estão só procurando por decência e autoridade, venha comigo", declarou.

Ciro tem sido apontado na análise política como possível captador de eleitores de Marina Silva (Rede) e Alckmin que optem por um voto útil capaz de tirar de cena, no segundo turno, uma possível polarização entre Bolsonaro e Fernando Haddad (PT).

Indagado por jornalistas sobre a possibilidade de migração de votos tucanos e da Rede a ele, Ciro disse ser "coisa pouco democrática e grosseira constranger cidadãos" que tenham declarado voto em outros candidatos.

Mesmo assim, fez uma fala específica a esse segmento do eleitorado ao prometer "unir todos os brasileiros, homens e mulheres de boa fé, que cultivam a decência".

Questionado sobre o que diria então ao eleitor de Haddad -- seu adversário mais direto por uma vaga no segundo turno –que vota no ex-prefeito porque gosta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro resumiu com um "boa sorte" irônico.

O pedetista negou que sua candidatura esteja se apresentando como uma terceira via --fora dos polos opostos PT e Bolsonaro-- e se definiu como "a primeira via". "Sou o único que pode tirar o Brasil dessa situação em que está", discursou.

Visita ao Santuário

Mais cedo, o candidato fez uma visita ao Santuário Nacional de Aparecida, maior reduto católico do país.

Acompanhado da mulher, Giselle Bezerra, e do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, Ciro andou pelas dependências do santuário, posou para fotos com fiéis, rezou diante da imagem encontrada há mais de 300 anos no rio Paraíba do Sul e acendeu uma vela em um dos pontos mais visitados do templo religioso.

Ao final, questionado por jornalistas sobre qual pedido teria feito em oração, o candidato resumiu: "Luz e paz para o Brasil".

Ontem, ele havia participado do debate promovido pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) na TV Aparecida.

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