Bolsonaro diz que sofreu "atentado político" e deve deixar campanha na rua

Do UOL, em São Paulo

  • Reprodução/Jovem Pan

    24.set.2018 - Jair Bolsonaro dá entrevista à Rádio Jovem Pan

    24.set.2018 - Jair Bolsonaro dá entrevista à Rádio Jovem Pan

O candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, afirmou nesta segunda-feira (24), em entrevista à rádio Jovem Pan, que o ataque que sofreu no último dia 6 foi de natureza política. O deputado federal afirmou que não terá mais condições de fazer campanha nas ruas e que fará transmissões ao vivo pelas redes sociais durante o horário político. Essa foi a segunda entrevista concedida pelo candidato do hospital Albert Einstein, onde está internado desde o último dia 7.

Na avaliação do presidenciável, a ação executada por Adélio Bispo, preso minutos depois, foi algo planejado e por motivação política. "Foi um atentado político. Esse é um atentado político porque me tira de combate", afirmou o deputado federal.

Ao mesmo tempo, ele explicou que não deve mais ir para o corpo a corpo com eleitores até o término das eleições. "Eu tô em alta até dia 31 [deve receber alta até o fim deste mês]. E a recomendação [médica] é de que eu não posso sair de casa. Se eu levar um esbarrão na rua com a situação que eu estou aqui, posso botar tudo a perder. Então, não posso ir para rua, realmente", disse. Bolsonaro afirmou que pretende, a partir de 1º de outubro, fazer lives (transmissões ao vivo pelas redes sociais) durante a transmissão do horário eleitoral gratuito.

O candidato também explicou que, ao ser atacado, não pensou que seria uma facada. "Quando eu levei a pancada [facada], eu pensei que um cara tinha dado um soco ou uma pedrada. Eu vi um vulto e não teria condições de dizer [como era] a cara dele", afirmou.

Bolsonaro acredita que Adélio Bispo planejou o ataque. "Ele deu a facada e rodou, para me matar mesmo. O cara sabia o que estava fazendo", disse durante entrevista no programa "Pingos nos Is". A entrevista foi gravada nesta segunda-feira, no hospital, ao lado de um de seus filhos, o deputado estadual e candidato ao Senado pelo Rio Flávio Bolsonaro (PSL).

"[O caso foi de] tentativa de homicídio. Tem que ser o que está na lei. Eu costumo dizer muitas vezes. Ou seja, eu estou vivo por milagre... Porque a pena dele tem que ser abaixo de um homicídio?", questionou.

Bolsonaro foi atacado por Bispo, armado com uma faca, durante agenda de campanha no centro de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Desde então, passou por duas cirurgias, até deixar a Unidade de Terapia Intensiva, no último dia 16. Familiares disseram hoje que ele deve deixar o hospital nesta sexta (28).

O filho do candidato também falou à rádio, na mesma ocasião em que o pai. Ao relatar como soube do ataque, o candidato à Presidência chorou. Flávio disse que quando os médicos o atualizaram da gravidade do quadro clínico se assustou, mas não acreditava que o pai poderia morrer. "Não foi com essas palavras, mas ele me disse 'se deram mal, tô vivo'. Por isso eu tenho mais orgulho dele", relembrou Flávio sobre um diálogo que teve com o pai.

Ao ser perguntado se o país precisa ser mais tolerante e se há radicalização, o capitão da reserva justificou que esse cenário foi motivado pelo PT.

"Eu não vou falar que o Brasil.. há uma certa potencialização em cima disso. É a pregação da luta de classes imposta pelo PT. Agora, logicamente isso vai da educação do povo", disse.

"Da minha parte eu nunca preguei o ódio. Dizem que eu prego o ódio. Me aponte um áudio meu agredindo quem quer que seja, uma imagem minha agredindo?", questionou. Ele ainda disse que não é um risco à democracia e sim um risco para "quebrar o sistema".

Carga tributária

Bolsonaro ainda comentou que vai desburocratizar a economia e achou "ousada" a proposta de seu coordenador econômico, Paulo Guedes, de dar isenção de imposto de renda para quem ganhar até cinco salários mínimos. "E dali para frente uma alíquota única de 20% [para as demais faixas de renda]. A União perderia arrecadação sim, mas o gás que você daria para as empresas, comerciantes e produtores rurais compensa", considerou.

Neste domingo (23), Bolsonaro postou uma foto junto de Paulo Guedes e disse que sua equipe econômica trabalha para redução de carga tributária, desburocratização e desregulamentações. A publicação aconteceu após uma semana turbulenta para o candidato. Seu guru econômico cancelou ao menos três eventos, depois de ter dito em um evento restrito que estuda a possibilidade de criar um imposto nos moldes da CPMF e a unificação da alíquota do Imposto de Renda. 

Veja como foi o ataque a Jair Bolsonaro em Juiz de Fora

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