PT não pode "dar de barato" que não tem eleitorado de Bolsonaro, diz Haddad

Do UOL, em São Paulo

  • Diego Padgurschi / Folhapress

    20.set.2018 - Fernando Haddad, candidato do PT à Presidência

    20.set.2018 - Fernando Haddad, candidato do PT à Presidência

O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (24) que sua candidatura não pode "dar de barato" o fato de não ter o eleitorado de Jair Bolsonaro (PSL), com quem tem polarizado a disputa eleitoral até o momento. 

"Nós precisamos dialogar também com o eleitorado do Bolsonaro", afirmou no início desta noite em entrevista a jornalistas de sites considerados de esquerda. "Não podemos dar de barato que esse eleitorado não é nosso. Está faltando conversa, argumento, diálogo. Nós temos que ter humildade diante disso também."

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A entrevista foi dada pouco antes da divulgação da pesquisa Ibope em que Haddad apareceu em segundo lugar com 22%, contra 28% do líder Bolsonaro. Na simulação de segundo turno entre os dois candidatos, o petista leva a melhor.

Sem citar nomes, Haddad chegou a falar em "ameaça de ditadura" quando se cogita "a possibilidade de invocar notáveis para escrever uma nova constituição", em alusão a uma declaração do vice na chapa de Bolsonaro, o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB). 

Segundo o petista, há "muita gente envergonhada com o que está acontecendo", mas não diz publicamente "porque acha que isso é levar água para o moinho do PT, o moinho do Haddad."

O petista disse que não será possível "resolver as coisas" logo após as eleições, e afirmou que quem vencer terá que fazer "um trabalho de costura, cerzir um tecido que foi esgarçado".

"Nós vamos ter que reconstruir no imaginário das pessoas alguma confiança no sistema político", disse.

Haddad nega "PT suicida"

O petista comentou também o fato de ter substituído o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vinha liderando as pesquisas de intenção de voto, e disse que a transferência de votos não é "automática", mas elogiou a estratégia do partido.

"Quando você substitui, tem uma construção, não é uma coisa automática como falam: 'ah, em cinco horas os votos passam todos'", declarou. "Até duas semanas atrás, todo mundo falava: o PT é suicida. Parece que não."

Haddad disse sentir que "as coisas estão caminhando bem" na campanha eleitoral e afirmou que "30% dos eleitores não sabem" que ele é o candidato do PT. Segundo ele, os 13 dias daqui até o primeiro turno são "um século, para o bem e para o mal".

"Nós estamos na disputa, isso que é importante", disse. "Nós somos competitivos, mas não podemos dizer que a vitória é certa." 

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