UOL/Folha/SBT promove debate nesta 4ª; campanhas devem focar PT x Bolsonaro

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

  • Lula Marques/Folhapress

    Oito candidatos à Presidência participam do debate desta quarta-feira

    Oito candidatos à Presidência participam do debate desta quarta-feira

A polarização relacionada à disputa Bolsonaro x PT deve marcar o debate promovido nesta quarta-feira (26) pelo UOL em parceria com a "Folha de S.Paulo" e o SBT. O evento será realizado das 17h45 às 19h30 nos estúdios da emissora, em Osasco (Grande São Paulo), com transmissão ao vivo pelos três veículos parceiros.

O tom foi antecipado ao UOL por representantes de algumas das principais campanhas à Presidência. Ao todo, foram convidados e confirmaram presença Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB) e Marina Silva (Rede).

Embora convidado, Jair Bolsonaro (PSL) não comparecerá porque segue internado no hospital israelita Albert Einstein, na capital paulista. No último dia 6, o candidato sofreu um ataque a faca durante agenda de campanha em Juiz de Fora (MG).

Em uma justificativa por escrito encaminhada aos organizadores do debate nessa segunda (24), o presidente nacional do PSL, Gustavo Bebbiano Rocha, confirmou a ausência do presidenciável e alegou que Bolsonaro "foi vítima do mal e da violência que ele tanto combate".

Com três blocos de perguntas e dois deles de embates direto entre os candidatos, esse será o primeiro debate com a participação de um candidato do PT em que os adversários poderão escolher a quem direcionarão suas perguntas. Em outro bloco, os candidatos serão questionados por jornalistas dos veículos organizadores.

A campanha petista disse ver o debate como "mais uma oportunidade de mostrar à população que Fernando Haddad é o candidato de Lula e do povo brasileiro, para encerrar o vergonhoso período do golpe, retomar o caminho democrático do país e o projeto de desenvolvimento com inclusão social". A posição, via assessoria de imprensa, é da presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann. Haddad aparece em segundo lugar nas intenções de voto nas mais recentes pesquisas Ibope e Datafolha, atrás de Jair Bolsonaro.

Adversário direto de Haddad por uma vaga no segundo turno, Ciro Gomes deve explorar a polarização entre o petista e Bolsonaro para ganhar o voto, sobretudo, dos eleitores indecisos. Quem afirma é o presidente nacional do PDT e um dos coordenadores da campanha, o ex-ministro Carlos Lupi.

"Espero que tenha uma discussão de temas que interessam ao povo e que se saia da miudeza de acusações", disse Lupi, que ressalvou: "Mas queremos furar o bloqueio e ser uma opção entre 'coxinhas' e 'mortadelas' mostrando um candidato mais preparado –se muito eleitor não definiu até agora em quem votar, é porque sua escolha não está nessa polarização PT x Bolsonaro", completou.

Mais cedo, durante ato de campanha em Duque de Caxias, na região metropolitana do Rio, Ciro elogiou o horário do debate e lembrou que a maioria desses eventos ocorre tarde da noite. "Esse é um horário em que o trabalhador e a trabalhadora estão acordados e podem assistir", resumiu.

Coordenador de campanha de Alckmin, o deputado federal Silvio Torres (PSDB) também afirmou que o tom crítico sobre Bolsonaro e o PT, adotado pelo candidato, deverá ser reforçado no debate.

"Em meio a uma disputa radicalizada, que encarna os extremismos e a volta ao passado, Alckmin pode mostrar que o olhar deve ser para frente na busca de políticas de desenvolvimento para um Brasil que precisa voltar a crescer", afirmou Torres, que é homem forte do ex-governador na Câmara e na executiva nacional do partido. "Nossa estratégia será, como tem sido ao longo da campanha, mostrar ao eleitor que Alckmin é o único capaz de derrotar o PT. O Brasil não suportaria passar por tudo de novo ou fazer um mergulho no escuro. O país tem pressa e as reformas são urgentes."

Pela campanha de Marina, o deputado federal e candidato ao Senado pelo Rio Miro Teixeira (Rede) afirmou que debates como o dessa quarta serão importantes para a reversão de resultados. Hoje em quinto lugar nas pesquisas, em situação de empate técnico com Alckmin, a ex-ministra já chegou a figurar em segundo lugar.

"Lutaremos até a última gota de suor. Já vi eleições reverterem indicações de pesquisas dois dias antes da votação", comentou Teixeira, para quem a campanha, nessa etapa, precisa focar "em pregações políticas relevantes". "Marina é muito autêntica e não se move muito pelos posicionamentos alheios, mas pelas próprias ideias. Ela não procura momentos oportunistas para obter vantagem - é da própria personalidade dela. Assim, acredito que manterá, no debate, a linha expositiva e construtiva que tem apresentado", concluiu o parlamentar.

Outros debates

Nos debates da Band e da Rede TV!, ainda sem representante do PT, os principais embates tiveram como alvos, respectivamente, Alckmin e Bolsonaro. O momento mais duro acabou sendo em relação ao capitão reformado do Exército, confrontado diretamente por Marina no evento da Rede TV!.

No debate da TV Aparecida, semana passada, os embates entre candidatos eram feitos por sorteio, sem que eles pudessem escolher a quem direcionariam suas perguntas. Foi o primeiro debate com a participação de Haddad como cabeça de chapa petista, e ele foi o principal alvo dos adversários.

O critério adotado para o convite aos participantes foi o da legislação eleitoral, que determina a presença de candidatos de partidos ou coligações que tenham ao menos cinco representantes no Congresso Nacional.

O debate do UOL com a Folha e o SBT é o primeiro de uma sequência de três que encerram o primeiro turno. Os próximos serão realizados no domingo (30) pela TV Record, em São Paulo, e dia 4, pela TV Globo, no Rio.

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