De repouso, Ciro faz piada nas redes, divulga propostas e aguarda Datafolha

Janaina Garcia e Luciana Amaral

Do UOL, em São Paulo e Brasília

  • Alice Vergueiro/Folhapress

    Ciro Gomes acena para correligionários durante debate de UOL/Folha/SBT

    Ciro Gomes acena para correligionários durante debate de UOL/Folha/SBT

Afastado das agendas de rua desde a tarde de terça-feira (25), o candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, recorreu a entrevistas a rádios, vídeos no WhatsApp e posts em redes sociais para manter a campanha ativa nesta quinta (27). Ciro sentiu um desconforto abdominal e precisou ser submetido a uma cauterização na próstata após dois dias de agenda pelo Rio de Janeiro. Ele deve retirar a sonda nesta sexta (28).

A previsão é que o candidato retome as agendas de rua no sábado (29). De acordo com o presidente nacional do PDT e um dos coordenadores da campanha de Ciro, Carlos Lupi, a decisão sobre os próximos dias de agenda será tomada nesta sexta (28), após divulgação de nova rodada de pesquisa do instituto Datafolha sobre a intenção de voto para presidente.

Antes da intervenção médica, a agenda dele para essa semana previa passeatas em Minas Gerais e atos nos três estados da região Sul. O pedetista confirmou presença nos debates da TV Record, no domingo (30), e da TV Globo, na próxima quinta (4).

A orientação para que evite atos nas ruas ocorre em uma semana decisiva para o processo eleitoral. Os candidatos poderão participar de comícios até quinta que vem, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). 

Para Lupi, no entanto, "não adianta colocar o candidato em uma situação que prejudique a saúde dele". Na avaliação do correligionário, ainda que a rua ajude nessa reta final – "porque dá uma energia danada" --, um bom volume de mensagens nas redes e entrevistas a rádios e TVs deve suprir a ausência do pedetista no corpo a corpo.

"Não prejudica ele estar fora das agendas externas agora, porque está se preparando para o debate de domingo [na TV Record]. Mas vejo que nossa tropa está na rua e que uma movimentação silenciosa do eleitorado, com uma boa tendência de não ir nem a A, nem a B, mas a C, de Ciro", disse.

No Twitter, Ciro lembrou os seguidores sobre a condição médica e justificou a ausência das ruas. "Mas vou conversar sobre propostas por aqui com vocês", avisou, elencando, na sequência, o reforço a propostas de governo sobre geração de empregos, igualdade entre homens e mulheres nos comandos dos ministérios e cursos profissionalizantes no ensino médio.

Também escreveu sobre a implantação de policlínicas pelo país e brincou com um internauta que o indagara, alegando indecisão no voto, se ele preferiria os cantores Belchior ou Fagner, ambos cearenses. "É o mesmo que me perguntar se prefiro baião de dois ou carne de sol. Eu fico com os dois!", respondeu.

De manhã, em entrevista a uma rádio do Nordeste, Ciro criticou a aliança feita entre PT e PSB em Pernambuco, que o prejudicou no cenário nacional. "Ele [Paulo] deu uma rasteira na gente e derrubou a [petista] Marília Arraes. Eu francamente acho que isso é um insulto à independência política de Pernambuco."

Com 12% das intenções de voto e em terceiro lugar na disputa ao Palácio do Planalto, segundo a última pesquisa Ibope, Ciro tenta garantir uma vaga no segundo turno. Bolsonaro tem 27% da preferência dos entrevistados seguido por Fernando Haddad (PT), com 21%.

Em discursos, Ciro busca se viabilizar como uma alternativa aos eleitores que rejeitam a polarização entre PT e Bolsonaro. Na visão do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, é preciso mostrar que Ciro não é "coxinha nem mortadela", mas a opção "rapadura". "Dura, mas doce", comentou.

No Recife, Lupi disse acreditar que as eleições serão decididas no Nordeste e que Ciro teria de voltar com a campanha na região antes do primeiro turno. Segundo ele, a ascensão de Haddad após a decretação de ilegibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era esperada, mas ainda há um "espaço vazio a ser ocupado".

No final do dia, Ciro voltou ao Twitter para repercutir declaração do vice de Jair Bolsonari (PSL), general Hamilton Mourão, com críticas ao 13º salário e ao adicional de férias. O militar havia palestrado em evento com empresários em Uruguaiana nessa quarta (26).

"Imagine que esse homem pode virar presidente da República, como acabou acontecendo com três vices na história recente – entre eles, [José] Sarney e [Michel] Temer [ambos do MDB]. Se você não tinha um motivo para votar no Bolsonaro, agora tem", declarou Ciro em vídeo que aproveitou também trechos da fala de Mourão no Sul.

Vice segue ativa em campanha

Enquanto Ciro Gomes permanece em repouso, sua vice na chapa, senadora Kátia Abreu (PDT-TO), segue com agenda intensa de campanha. Hoje, ela esteve em Salvador para evento sobre a importância de mulheres na política na sede do partido. Na sexta, participa de debate entre candidatos a vice-presidente em São Paulo. Na terça, estará no debate UOL com candidatos a vice. Até a próxima quinta, passa por Goiânia, Brasília, novamente por São Paulo, Montes Claros e cidades do Triângulo Mineiro.

No final da semana que vem, ela deve ficar em Palmas, onde vota. Ainda não foi estabelecido se Kátia e Ciro se reunirão no domingo para a apuração e a divulgação do resultado do primeiro turno.

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