Katia Abreu repete Ciro e diz que vice de Bolsonaro é "tosco" e dá "coice"

Alexandre Santos

Colaboração para o UOL, em Salvador

  • Lucas Lima/Universa

    29.ago.2018 - Senadora e candidata a vice presidência Kátia Abreu

    29.ago.2018 - Senadora e candidata a vice presidência Kátia Abreu

A candidata a vice-presidente na chapa de Ciro Gomes (PDT), Kátia Abreu (PDT), reiterou palavras de seu correligionário e afirmou nesta quinta-feira (27) que o general Hamilton Mourão (PRTB), vice do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), é um "homem bruto, tosco e sem nenhum sentimento".

A senadora participou de um encontro com apoiadores na sede do PDT em Salvador e saiu em defesa de Ciro, que no dia 12 de setembro chamou Mourão de "jumento de carga".

"É que as pessoas têm preconceito com jumento, entendeu? Jumento é um bicho bruto, que não tem carinho por ninguém. Coiceia mais do que tudo mesmo estando manso. Então, normalmente, é um bicho muito forte, que se usa para carregar carga, inclusive no Nordeste. Um jumento de carga, que o Ciro quis dizer, é exatamente o que ele é. Um homem bruto, tosco e sem nenhum sentimento humano", criticou Kátia.

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Apesar de corroborar com a definição de Ciro, Kátia disse que essas palavras precisam ser evitadas. "Nunca é bom estimular esse tipo de coisa. Mas ele foi comparado a um animal bruto, irracional e coiceiro. É o que ele vem dando à população: coice."

No evento, Kátia Abreu criticou as declarações dadas por Mourão de que o 13º salário é uma "jabuticaba brasileira", "uma mochila nas costas dos empresários" e "uma visão social com o chapéu dos outros".

Em palestra na Câmara de Dirigentes Lojistas de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, na quarta (26), o vice de Bolsonaro afirmou: "Jabuticabas brasileiras. Décimo terceiro salário. Se a gente arrecada 12, como pagamos 13? É complicado. É o único lugar em que a pessoa entra em férias e ganha mais. Coisas nossas, legislação que está aí. É sempre a visão dita social com o chapéu dos outros, não com o chapéu do governo".

"Por isso que o Brasil está como está, com esse tipo de ideia. Você pensa que é só dele? É dele e do Bolsonaro. Quando Ciro chamou ele de jumento de carga, a imprensa e os formadores de opinião [disseram]: 'Quanta falta de educação. Pra quê isso?', afirmou Kátia. "Daqui a pouco, ele quer revogar a licença maternidade."

Após a fala de Mourão, Bolsonaro usou as redes sociais para manifestar-se contra o posicionamento do seu vice. Para a senadora, a posição do candidato do PSL não foi sincera.

"Quando ele desmente é porque o marqueteiro manda desmentir. Mas eles são almas gêmeas. O mentor intelectual e a admiração que ele tem é por esse Mourão. Mourão é quem pauta e guia o Bolsonaro", opinou.

Questionada sobre quem apoiaria caso Ciro não chegue ao segundo turno --numa eventual disputa entre Fernando Haddad (PT) e Bolsonaro--, Kátia afirmou que adotará uma posição de neutralidade.

"Se não formos para o segundo turno, minha posição vai ser de neutralidade. Eu não voto em nenhum dos dois. Não acredito em nenhum desses dois projetos, nem do Bolsonaro nem esse projeto do Haddad. Nunca fui aliada do PT. Eu fui ministra da presidente Dilma [Rousseff], porque o partido em que eu estava na época estava como vice-presidente da República. E quando veio o impeachment, eu achei que era injusto, imoral e ilegal, independente de ela ser petista", esquivou-se.

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