Presidente do PP, Ciro Nogueira é alvo de operação da PF

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

  • Moreira Mariz/Agência Senado

    Candidato à reeleição, senador Ciro Nogueira é alvo de nova operação da PF

    Candidato à reeleição, senador Ciro Nogueira é alvo de nova operação da PF

Endereços ligados ao presidente nacional do PP e candidato à reeleição, senador Ciro Nogueira, são alvos de dois mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira (27). A PF (Polícia Federal) cumpriu medidas cautelares em imóveis em Teresina. Entre os endereços que foram alvo das ações estão a sede do PP no Piauí e a casa do assessor.

O principal alvo "atua como assessor de um partido político investigado", segundo a PGR (Procuradoria-Geral da República). Os mandados foram autorizados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a pedido da PF (Polícia Federal) e da PGR, e tem ligação com inquéritos da Operação Lava Jato.

A ação faz parte da investigação de "crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa praticados por empresários de uma grande empreiteira, políticos e doleiros", diz a PF.

Acordos de colaboração premiada junto à PGR firmados por executivos da Odebrecht motivaram a investigação. 

Segundo a PF, as informações obtidas "apontaram os caminhos percorridos pelos valores que teriam sido desviados de obras públicas concedidas à empresa".

A Procuradoria diz que o objetivo das medidas cautelares "é aprofundar investigações com a coleta de provas do pagamento de vantagens indevidas pela Construtora Odebrecht a políticos". 

Em nota, a assessoria de Nogueira disse que ele "sempre se colocou à disposição do Poder Judiciário, como o principal interessado no esclarecimento dos fatos". O senador ainda pontua que os funcionários do PP prestaram "plena colaboração dos funcionários do partido, que forneceram prontamente todas as informações solicitadas pelos agentes".

Em comunicado, o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, questionou o momento da ação da PF. "A defesa indaga o porquê de ser determinada busca e apreensão contra o PP a 10 dias das eleições? Obviamente não havia necessidade e urgência para esta medida neste momento", disse.

"Mais uma vez enfrentamos a criminalização da política, com o agravante que agora estamos em pleno processo eleitoral. Uma busca baseada em uma delação antiga, dentro de um inquérito aberto há tanto tempo, e determinada a 10 dias das eleições é uma verdadeira intromissão do Poder Judiciário no processo eleitoral", disse o advogado. "A defesa não se preocupa em absoluto com o que foi apreendido, mas denuncia o uso eleitoral que certamente se fará desta decisão judicial inoportuna, inadequada e desmedida este momento. A criminalização da política tem que ser enfrentada em nome da normalidade democrática".

Outra ação

Em abril, Nogueira foi alvo de outra ação da PF, que chegou a apreender cerca de R$ 200 mil na residência dele em Teresina. Seu gabinete no Senado também foi alvo de busca e apreensão. Na ocasião, ele era suspeito de tentar obstruir investigações.

Parlamentares do PP, entre os quais está Nogueira, teriam recebido R$ 1,6 milhão por meio de um contrato fictício com empresas.

Denúncia do MPF (Ministério Público Federal),feita em setembro de 2017, aponta que os parlamentares seriam integrantes do núcleo político de uma organização criminosa voltada ao cometimento de delitos contra a Câmara dos Deputados. O objetivo, segundo a denúncia, era "a arrecadação de propina por meio da utilização de diversos órgãos públicos da administração pública direta e indireta".

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