Em dobradinhas, Ciro, Meirelles e Marina atacam Bolsonaro e polarização

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em São Paulo

No quinto debate deste primeiro turno entre presidenciáveis, os candidatos Henrique Meirelles (MDB) Ciro Gomes (PDT) atacaram Jair Bolsonaro (PSL) e o acusaram de radicalismo e de promoção do ódio. Os ataques ocorreram durante o encontro promovido na noite deste domingo pela Record TV (30).

Meirelles disse que não há "nenhum país democrático que tem um Bolsonaro como presidente" e perguntou a Ciro o que pode ser feito para que o país não caia em um radicalismo.

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"Nenhum país do mundo suportará o desdobramento que nós estamos visualizando, pelo menos como ameaça, sobre a sociedade brasileira", respondeu o candidato do PDT. Ele ainda comentou que em 2014 o país teve uma eleição rachada e que, desde então, não discute a "massa" de desempregados.

"O ódio não cria empregos, a vingança só cria destruição, muito menos aumenta a renda e a segurança da população", disse Meirelles na réplica.

Marina Silva (Rede)em seguida, foi perguntada por Ciro sobre a declaração de Bolsonaro de que não aceitaria o resultado das eleições, caso não fosse vencedor. Ela respondeu que o capitão da reserva tem uma atitude autoritária, antidemocrática e que "desrespeita as mulheres, os índios, os negros, desrespeita a população brasileira. Mas com essa frase, ele também desrespeita a Constituição", disse.

No segundo bloco, Meirelles criticou três questões que foram abordadas pela campanha de Bolsonaro nas últimas semanas: a diferença salarial entre homens e mulheres, a volta da CPMF (uma modalidade de imposto sobre movimentação financeira), citada pelo guru econômico da chapa, Paulo Guedes e as falas do candidato a vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), contrárias ao 13º salários.

Marina reforçou que a campanha de Bolsonaro quer governar para os "fortes" em vez dos mais frágeis. "A campanha do Bolsonaro indicou claramente que pode acabar com o 13º salário e recriar a CPFM, ou seja, tirar dinheiro dos trabalhadores", disse. "É uma pena que ele não esteja aqui  Espero que ele esteja no próximo debate para explicar todas as coisas que ele tem dito", concluiu.

Este é o quinto e penúltimo debate entre os candidatos à Presidência. Além de Ciro, Marina e Meirelles, participaram também do debate deste domingo Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Fernando Haddad (PT)Geraldo Alckmin (PSDB) e Guilherme Boulos (Psol).

O candidato Jair Bolsonaro (PSL) recebeu alta neste sábado (29), após 23 dias internado para se recuperar de uma facadae não compareceu ao encontro promovido pela Record.

Pesquisa aponta empate técnico

Bolsonaro vinha liderando de maneira isolada as pesquisas recentes de intenção de voto para o primeiro turno. Neste domingo, pela primeira vez, o candidato do PSL aparece tecnicamente empatado com Haddad, conforme os resultados da pesquisa do instituto MDA encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).

O levantamento mostra Bolsonaro com 28,2% das intenções e Haddad com 25,2%. A margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais para mais ou para menos. Considerando essa margem, Bolsonaro pode ter entre 26% e 30,4%. Já Haddad pode ter entre 23% e 27,4%.

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