Presença de Bolsonaro exige "atenção redobrada", diz gerente de condomínio

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

  • Wilton Junior/Estadão Conteúdo

    Bolsonaro desembarcou no Rio de Janeiro no último sábado (29 de setembro)

    Bolsonaro desembarcou no Rio de Janeiro no último sábado (29 de setembro)

A presença do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) em sua residência, no Rio de Janeiro, levou a reforço da segurança no condomínio Vivendas da Barra, na zona oeste carioca, segundo afirmou ao UOL o gerente da propriedade, Luiz Giglio, nesta segunda-feira (1º).

O político voltou para casa no último sábado (29 de setembro), depois de um longo período hospitalizado devido ao atentado sofrido em 6 de setembro, em Juiz de Fora (MG).

Segundo Giglio, a chegada do concorrente ao Planalto e líder nas pesquisas de intenção de voto exige "atenção redobrada", embora a equipe de segurança do condomínio não esteja envolvida na escolta do presidenciável. Ele explicou que foram reforçados os protocolos de controle de acesso e monitoramento de visitantes.

"O que mudou mais foi só a atenção ao pessoal, o controle de acesso e efetivo. A rotina continua a mesma coisa", disse. "Estamos com um monitoramento e acompanhamento de entrada de pessoas. Agora vai ter mais gente curiosa [na porta], então é uma coisa que requer atenção redobrada."

Bolsonaro recebeu alta do hospital Albert Einstein, em São Paulo, e viajou para o Rio sob forte esquema de segurança. A presença do candidato no voo 1036, da Gol, provocou tumulto, gritos de apoio ("mito" e "ele sim") e de protesto ("fascista", "lixo" e "ele não") no avião. Alguns passageiros desistiram de embarcar na mesma aeronave. Houve ainda vaias e aplausos. A confusão atrasou a decolagem em 20 minutos.

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A volta para casa do candidato do PSL ocorreu no mesmo dia em que milhares de pessoas em várias cidades brasileiras foram às ruas para protestar contra Bolsonaro --a mobilização teve origem com o movimento "Mulheres contra Bolsonaro". No domingo (30 de setembro), manifestantes favoráveis ao presidenciável responderam com diversos atos e caminhadas pelo país.

O fato de Bolsonaro ser um personagem político que suscita protestos contrários e favoráveis é também motivo de preocupação para o gerente do condomínio Vivendas da Barra. Ele diz esperar que a movimentação nos arredores da propriedade aumente até o próximo domingo (7), dia da votação. Por enquanto, segundo o administrador, a circulação se resume a jornalistas e curiosos.

"Estamos preparados para isso, sim. Há muita imprensa e muita gente curiosa na porta", comentou. "A tendência é acumular ainda mais pessoas até o dia 7 de outubro."

Giglio disse à reportagem que "ainda não recebeu feedbacks dos moradores", mas que possivelmente já ocorreram manifestações de vizinhos, sejam favoráveis ou contrárias ao candidato. Não havia reclamações até o fim da manhã desta segunda. "Não tive qualquer relato de manifestação de vizinhos até agora. Mas com certeza deve ter tido. Tem gente aqui é contra, e tem a gente a favor."

Raquel Cunha/Folhapress
Fachada do condomínio Vivendas da Barra, onde Bolsonaro mora com a família

O gerente também explicou que nenhum espaço interno do condomínio precisou ser fechado devido à logística de segurança. "Só teve isso no dia da chegada dele, no sábado, para a entrada dos carros da equipe de segurança. Houve restrição até o posicionamento da escolta."

Questionado se era eleitor de Bolsonaro, Giglio preferiu manter o sigilo: "Não tenho uma posição em relação a isso". Declarou ainda que "não há nada a ser questionado em relação a Bolsonaro como morador". "Sempre foi muito educado."

O Vivendas da Barra é um condomínio fechado de alto padrão situado na avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, local nobre da cidade. O candidato do PSL possui dois imóveis na mesma propriedade --somados, eles custam pouco mais de R$ 1 milhão, de acordo com a declaração de bens entregue por Bolsonaro ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Em um deles, o candidato mora com a mulher, Michelle, e com a filha, Laura.

Passageiros batem boca em voo que levava Bolsonaro

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