Estável no Ibope, Haddad sobe tom e liga Bolsonaro a Temer

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

Após o crescimento do candidato Jair Bolsonaro (PSL) nas pesquisas de intenção de voto, o presidenciável do PT, Fernando Haddad, subiu o tom e intensificou os ataques ao oponente. Em agenda no Rio de Janeiro nesta terça (2), o petista disse que é preciso "interromper as reformas do Temer, que são as reformas apoiadas por três candidatos: o [Henrique] Meirelles, o [Geraldo] Alckmin e o Bolsonaro".

Pesquisa divulgada pelo Ibope na segunda-feira (1º) mostrou crescimento do candidato do PSL, que chegou a 31%. Haddad manteve-se estável, com 21%. Em projeção de segundo turno, ambos aparecem com 42% das intenções de voto, de acordo com o instituto.

Na segunda-feira (1º), em Curitiba, Haddad chegou a mencionar Bolsonaro em seu discurso. "Se vocês acham que o governo Temer é ruim, vocês ainda não conhecem as propostas do Bolsonaro para a economia". A declaração foi feita antes da divulgação da pesquisa.

Desta vez, porém, ele vincula Bolsonaro diretamente a Temer. O petista citou as reformas do atual governo, que, na sua opinião, "visam cortar direitos", e mencionou polêmicas envolvendo membros da equipe de Bolsonaro, como a crítica do candidato a vice, general Hamilton Mourão, ao 13º salário.

Mourão, inclusive, voltou a criticar o 13º nesta terça. "Se você for olhar, seu empregador te paga 1/12 a menos [por mês]. No final do ano, ele te devolve esse salário. E o governo, o que faz? Aumenta o imposto para pagar o meu. No final das contas, todos saímos prejudicados."

Haddad também citou a ideia do economista do candidato, Paulo Guedes, sobre alíquota única para o Imposto de Renda. "E outros direitos trabalhistas ou sociais, como, por exemplo, Bolsa Família, que a equipe do Bolsonaro já disse que vai rever", comentou. Em seu programa de governo, o candidato do PSL diz que irá manter o programa.

Em seu discurso, o petista aproveitou para falar com empresários sobre possíveis impactos na economia das medidas mencionadas, dizendo que os empregos e investimentos podem diminuir.

"Quanto menos dinheiro o povo tiver no bolso, menos o povo vai comprar. E você pode ser um empreendedor ou um microempresário, você vai ser afetado. Porque vai ser menos gente na sua loja, menos gente no seu carrinho comprando coisa", disse.

Os ataques a Bolsonaro também surgem no momento em que o Ibope aponta um aumento da rejeição do petista. Em cinco dias, Haddad ganhou 11 pontos percentuais de rejeição, passando de 27% para 38%. Principal adversário na disputa, Bolsonaro manteve sua rejeição no patamar de 44%.

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