Eleições 2018

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Sem verbas do Fundo Partidário e do Fundo Especial do financiamento de campanha do PSL, o candidato à Presidência do partido, Jair Bolsonaro, conseguiu arrecadar R$ 2,8 milhões até esta quarta-feira (3). Restam apenas quatro dias até o primeiro turno desta eleição.

Foram, ao todo, 20.428 doações através da internet. Do total, 359 mil foram de outros recursos do PSL, como serviço de segurança, cessão de sala para comitê, domínio de site, passagens aéreas e hospedagem. Os outros 2,4 milhões foram doados por pessoas físicas através de uma vaquinha na internet.

A doação pode variar entre R$ 25 e R$ 1.064. Para valores acima disso, a doação só pode ser realizada mediante transferência eletrônica entre a conta bancária do doador e a conta bancária do partido ou candidato. Foi isso o que fizeram, por exemplo, os sócios da Coco Bambu e o fundador da Tecnisa a Bolsonaro.

Mas há outros empresários, servidores públicos, médicos, professores, pecuaristas, hoteleiros e geofísicos que doaram o valor máximo da vaquinha eletrônica. Alguns, inclusive, mais de uma vez, o que é permitido, caso a doação não ocorra no mesmo dia.

Levantamento feito pelo UOL apontou que Bolsonaro recebeu, até esta quarta-feira, 80 doações de R$ 1.064, de 67 pessoas diferentes. Entre os doadores, há dois funcionários públicos de cargo relevante na garantia de segurança e justiça.

São eles Vera Lucia Rego Melo, delegada de Pernambuco, que fez a doação às 20h08 de 29 de setembro, e Sílvio Ricardo Gonçalves de Andrade Brito, promotor de Justiça do Rio Grande do Norte, que fez a doação às 22h49 da mesma data.

Um geofísico da Petrobras, estatal que Bolsonaro já admitiu a possibilidade de privatizar, caso eleito, também é um dos doadores. Trata-se de Paulo Eduardo Pasquini Marcondes. A doação foi feita pelo geofísico às 14h21 de 28 de setembro.

Entre os 11 médicos, de diversas especialidades, que também fizeram a doação máxima da vaquinha online, estão dois cardiologistas do Hospital do Coração de Brasília. Paulo Oliveira Cardoso fez a doação às 22h30 de 28 de setembro, Rogério Martins Xavier, às 22h50 do mesmo dia.

Um dos doadores, Jonei Anderson Lunkes, chegou a ser condenado pela Justiça Federal do Rio Grande do Norte, em abril de 2017, a pena de 6 anos, 1 mês e 10 dias, em regime semiaberto, após uma operação que investigou esquema de contratos fraudulentos na Secretaria de Saúde de Natal.

De acordo com a sentença, um grupo da gestão estadual determinou a terceirização da compra de materiais e medicamentos necessários para a prestação dos serviços em postos de saúde sem licitação, permitindo que fossem pagas com recursos públicos aquisições efetuadas diretamente a empresas escolhidas por eles.

Procurada, a advogada de Lunkes, Alana Pedrosa, afirmou que não tinha autorização para se pronunciar sobre o caso.

Bolsonaro não vai a debate da Globo

Ao UOL, o cirurgião Antonio Luiz de Vasconcellos Macedo, responsável pelo acompanhamento médico de Bolsonaro desde que chegou ao hospital Albert Einstein, em 7 de setembro, avaliou o presidenciável na manhã desta quarta-feira (3) e o orientou a não ir ao debate da Globo, a ser realizado nesta quinta (4).

"Bolsonaro foi submetido a duas cirurgias de porte gigantesco, perdeu 15 quilos e teve alta, para ir para casa, na semana passada, com home care do Einstein. Ele está com um funcionário do Einstein cuidado dele 24 horas por dia. Hoje, ele estava tomando ferro na veia porque ainda está anêmico e terminou antibiótico e terapia hoje", afirmou.

"Por isso que eu decidi contra-indicar que ele fizesse mais alguma atividade exaustiva, que pudesse cansá-lo ou trazer algum problema para a saúde dele, que ainda não está totalmente recuperado", complementou o cirurgião, que esteve hoje no Rio de Janeiro para avaliar o presidenciável e que já retorna para São Paulo.