Médico veta participação de Bolsonaro em debate da Globo nesta quinta

Hanrrikson de Andrade e Gustavo Maia

Do UOL, no Rio

  • Instagram - 2.out.2018/Reprodução

    Bolsonaro posta foto deitado no sofá em sua casa, no Rio, onde se recupera

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Um dos médicos que atende o candidato Jair Bolsonaro (PSL), o cirurgião Antônio Macedo, afirmou nesta quarta-feira (3) ter vetado a participação do candidato no debate que será realizado pela TV Globo com os presidenciáveis, amanhã (4), o último antes da votação do primeiro turno.

Após visitar Bolsonaro em sua casa, no Rio de Janeiro, Macedo disse que o político ainda não tem condições de se submeter a situações de desgaste, como um debate na TV. O médico contou que o candidato estava predisposto a comparecer ao evento, mas que acatou a recomendação e seguirá sem agenda de compromissos por sete a dez dias. Uma nova avaliação será feita na semana que vem.

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"Depois da nossa avaliação clínica, nós contra-indicamos participação em debates ou em qualquer atividade que pudesse cansá-lo ou que o obrigasse a falar por mais de dez minutos. Por que isso? Recentemente, ele foi submetido a duas cirurgias de grande porte. Uma em Juiz de Fora para salvar a vida dele. E outra para corrigir uma obstrução intestinal gravíssima que ele teve", declarou o cirurgião.

"Ele ainda não tem condições de ficar por mais de dez ou 15 minutos em discussão ou atividade que exija esforço físico. Isso pode prejudicar a evolução dele", completou. "Mais sete a dez dias e ele vai estar completamente recuperado. Ele ainda fica um pouco cansado quando se esforça muito. Ele ainda não está pronto para ficar uma ou duas horas discutindo", completou.

Questionado se Bolsonaro acatará ou não a recomendação, Macedo afirmou que, "na medicina, algumas pessoas mandam e outras obedecem". Ressaltou ainda que o político tem se mostrado um "paciente extremamente obediente". "Ele é um paciente extremamente cordato. Nós usamos as nossas razões e ele acatou."

Ao UOL, Macedo disse que Bolsonaro perdeu 15 quilos e está com "home care" do Einstein. "Ele está com um funcionário do Einstein cuidado dele 24 horas por dia. Hoje, ele estava tomando ferro na veia porque ainda está anêmico e terminou antibiótico e terapia hoje", afirmou.

Segundo uma fonte da campanha, Macedo deu um atestado a Bolsonaro de uma semana. Esse é período previsto para que ele permaneça em casa, em repouso, até a nova avaliação.

Macedo, que é chefe da equipe que cuidou de Bolsonaro no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, visitou o paciente no Rio junto a um colega de equipe, o médico Leandro Echenique, com o propósito de avaliar o andamento da recuperação. A dupla viajou em um avião de carreira e desembarcou no aeroporto Santos Dumont, na região central da capital fluminense, na manhã de hoje. Eles retornarão a SP ainda nesta quarta.

Echenique relatou que o concorrente do PSL retirou o curativo e interrompeu, por orientação médica, o uso de antibióticos. Nesse momento, não há mais risco de infecção.

"O tratamento [com antibióticos] foi terminado e houve uma recuperação completa, 100%. Não há risco de infecção nesse momento. A recuperação foi plena", disse.

Bolsonaro segue, no entanto, tomando vitaminas e realizando fisioterapia e exercícios em casa. Ele está sendo acompanhado diariamente por um enfermeiro designado pelo Hospital Albert Einstein, que veio de São Paulo especialmente para cuidar do candidato.

Em reservado, um aliado do presidenciável confirmou que ele não vai ao debate, seguindo o conselho dos médicos, e deverá realizar outra transmissão ao vivo durante o horário eleitoral, entre as 20h30 e as 20h50, aproximadamente. "Ele está descansando", comentou.

Este auxiliar disse que também aconselharia Bolsonaro a não participar porque ele está "com a fisionomia um pouco debilitada, porque perdeu mais de 10 quilos e não pode ficar em pé muito tempo".

"Ia ser até um contrassenso: todo mundo em pé e ele sentado. E ele ia passar uma imagem fragilizada para o povo, que não condiz com o ímpeto dele, com o que ele realmente é", disse.

Ciro critica ausência

Ontem, à coluna da jornalista Monica  Bergamo, da Folha de S. Paulo, o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, disse que o presidenciável deveria mirar em Haddad (PT-SP) caso fosse ao debate da TV Globo. "Ele vai trucidar o Haddad", diz Bebbiano. "O Haddad vai sair de lá [do estúdio da TV Globo] desossado, direto para o divã de uma psicóloga", completa.

No último debate, da TV Record, o candidato Ciro Gomes (PDT) criticou a ausência de Bolsonaro. Nessa quarta-feira, o pedetista também desafiou o capitão reformado do Exército a comparecer ao último debate, e sugeriu que seria falso atestado médico sugerindo repouso ao candidato.

Macedo, que é chefe da equipe que cuidou de Bolsonaro no Hospital Albert Eistein, em São Paulo, viajou ao Rio com o propósito de avaliar a situação do presidenciável. Ele relatou que o concorrente do PSL retirou o curativo e interrompeu, por orientação médica, o uso de antibióticos. Nesse momento, não há mais risco de infecção.

Bolsonaro se recupera da facada recebida durante atividade de campanha em Juiz de Fora, em Minas Gerais, em 6 de setembro. Ele passou por duas cirurgias. Após longo período de internação, ele recebeu alta do Hospital Albert Einstein no último sábado (29 de setembro) e viajou para casa, na Barra da Tijuca, zona oeste carioca.

Durante o período em que esteve internado, Bolsonaro cresceu nas pesquisas e se consolidou na liderança. Segundo levantamento do Datafolha divulgado ontem, ele tem 32% das intenções de voto.

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