Justiça de Minas torna réu homem que agrediu Bolsonaro a facadas

Guilherme Mazieiro

do UOL, em São Paulo

  • Polícia Militar/AP

A Justiça Federal de Juiz de Fora (MG) aceitou a denúncia do MPF (Ministério Público Federal) e tornou réu o agressor do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), Adélio Bispo de Oliveira. A decisão é do juiz da 3ª Vara, Bruna Savino, que acolheu, nesta quarta-feira (3), o pedido feito nesta terça-feira (2) pela promotoria. O MPF acusa o agressor de Bolsonaro com base na Lei de Segurança Nacional, pelo atendado a faca ocorrido contra Bolsonaro, em 6 de setembro.

Adélio responde por lesão corporal grave e pode ficar preso de 3 a 10 anos. Ele está preso preventivamente pela Polícia Federal desde o dia do atentado a faca ao presidenciável, em Juiz de Fora. Bolsonaro ficou 23 dias internado em São Paulo, no Hospital Albert Einstein, e se recupera em casa, no Rio de Janeiro.

"Por sua vez, houve grave e inegável lesão ao regime democrático, na medida em que, com essa conduto, o investigado teria buscado impedir que milhões de eleitores, alinhados com o pensamento político da vitima, exercessem o direito ao sufrágio como bem entendessem", considerou Savino em sua decisão.

Para o magistrado não há dúvidas de que o ato de Adélio provocou "irreparável desequilíbrio no processo eleitoral brasileiro" ao desferir o golpe contra o deputado.

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"Adélio Bispo Oliveira agiu, portanto, por inconformismo político. Irresignado com a atuação parlamentar do deputado federal, convertida em plataforma de campanha, insubordinou-se ao ordenamento jurídico, mediante ato que reconhece ser extremo", afirmou o procurador Marcelo Borges de Mattos Medina, que provocou a ação judicial.

Para o MPF, ao esfaquear o capitão da reserva, o agressor quis excluir Bolsonaro da disputa eleitoral de modo a "determinar o resultado das eleições, não por meio do voto, mas mediante violência".

A defesa de Adélio fez um pedido, nesta segunda-feira (1º), para que ele passe por novo um exame de sanidade mental. Seus advogados tentam provar que o acusado sofre de transtornos psiquiátricos e agiu em delírio. Ainda não houve decisão sobre a solicitação. 

Adélio confessou o crime em depoimento à Polícia Federal. O delegado do caso, Rodrigo Morais, concluiu que ele agiu sozinho e configurou o ataque pessoal como inconformismo político, por discordar das posições de Bolsonaro, e configurou a ação com base na Lei de Segurança Nacional.

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