Mourão: "Se pensou que teríamos progresso após ditadura. Fomos enganados"

Luís Adorno

Do UOL, em Guarulhos (SP)

  • Fepesil/Futura Press/Estadão Conteúdo

    04.out.2018 - General Antônio Hamilton Mourão durante ato de campanha em Guarulhos

    04.out.2018 - General Antônio Hamilton Mourão durante ato de campanha em Guarulhos

Durante o último evento público que vai participar antes do primeiro turno das eleições deste ano, o general Antônio Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice na chapa do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), afirmou que os brasileiros foram enganados após o fim da ditadura militar.

"Em 1985, findou o período de presidentes militares. Se pensou que teríamos progresso. Fomos enganados. Houve sucessão de escândalos ligados ao desvio de recursos. Parte desse dinheiro foi pelo ralo ou bolso de políticos corruptos", disse Mourão, na noite desta quinta-feira (4).

Mourão participou de um evento do PRTB, em Guarulhos, para tentar alavancar as candidaturas de Rodrigo Tavares, candidato a governador do partido, e Levy Fidelix, cacique da sigla e candidato a deputado federal.

Luís Adorno/UOL
Jovens em evento de campanha do PRTB e do PSL em Guarulhos

O evento ocorreu no Esporte Clube Vila Galvão, em Guarulhos, na Grande São Paulo. O espaço não lotou. Havia cerca de 200 pessoas. Metade chegou trazida pelo partido do centro da cidade. A reportagem entrevistou algumas dessas pessoas levadas, entre elas, menores de idade. Eles revelaram ter recebido R$ 60 para estar ali. O PRTB afirmou desconhecer o pagamento.

Na saída do evento, Mourão entrou em um carro junto de Levy. O carro saiu em disparada. O general viaja para o Rio de Janeiro ainda esta noite, onde deve ficar até a noite de amanhã, quando viaja para Brasília, onde vota.

Levy e Mourão se recusaram a falar com a imprensa. Durante seus pronunciamentos, no evento, se esquivaram de polêmicas e tentaram enaltecer as candidaturas de Jair Bolsonaro e de Rodrigo Tavares. Mas o candidato a vice voltou a falar sobre economia, de forma menos polêmica, diferentemente das últimas declarações, em que criticou direitos trabalhistas.

"Trago essa história antiga para o Brasil de hoje. Não temos saída. Precisamos de um homem de coragem. Enfrentar o que tem que ser enfrentado. Começando pelo ajuste fiscal do estado, diminuir o peso nas nossas costas, os impostos", afirmou o candidato a vice, sendo aplaudido.

"Obrigam empresários a fechar seus negócios. Pagamos taxa enorme. Gostaríamos de pagar se tivéssemos estradas alemãs, hospitais suíços e escolas americanas. Toda nossa infraestrutura está sucateada. Se achou que o dinheiro era infinito. É igual da nossa casa. Receita e despesa tem que se igualar", complementou.

Antes do ato, os candidatos se reuniram com 10 empresários de uma associação comercial de Cumbica, o que teria atrasado, em cerca de uma hora, o início do ato de campanha.

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