A 2 dias da eleição, Haddad não comparece a último ato em São Paulo

Bernardo Barbosa*

Do UOL, em São Paulo

  • Douglas Magno/AFP

    Haddad em ato de campanha em Belo Horizonte, de manhã

    Haddad em ato de campanha em Belo Horizonte, de manhã

O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, não compareceu a um ato de campanha marcado para o fim da tarde desta sexta-feira (5) no centro de São Paulo. Seria o último evento público do candidato na capital, da qual foi prefeito, antes da eleição no domingo (7).

Segundo a campanha petista, houve atraso nas atividades de Haddad em Minas Gerais, onde cumpriu agenda pela manhã. O candidato só chegou a São Paulo por volta das 18h30, e o ato havia sido marcado para as 17h30. Uma fonte da campanha disse que Haddad iria "descansar".

A ausência de Haddad foi uma ducha de água fria nos militantes que, sob uma garoa fina, estavam reunidos às centenas na Praça do Patriarca. Sem o presidenciável, a caminhada partiu pelo Viaduto do Chá, em um percurso de cerca de 500 metros que terminou em frente ao Theatro Municipal de São Paulo.

Além da militância, compareceram candidatos petistas como Luiz Marinho, que disputa o governo paulista, e Eduardo Suplicy e Jilmar Tatto, que concorrem ao Senado, assim como uma série de postulantes às Câmaras federal e municipal. Não houve discursos.

Alguns dos correligionários no local fecharam o semblante após a confirmação de que Haddad não compareceria. A dois dias do primeiro turno, o candidato se mantém estável na segunda colocação nas pesquisas de intenção de voto, mas ficou mais longe do líder Jair Bolsonaro (PSL), que avançou ao longo da última semana.

No Datafolha de quinta (4), Bolsonaro teve 35% das intenções de voto, contra 22% para Haddad. Seis dias antes, também pelo Datafolha, Haddad tinha os mesmos 22%, mas Bolsonaro ficou com 28%. A margem de erro dos levantamentos é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

A campanha petista tinha como plano inicial focar na região Sudeste nesta reta final, mas Haddad estará na manhã de sábado (6) em Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia e onde o governador Rui Costa (PT) deve ser reeleito no primeiro turno.

A ideia original era encerrar a campanha em São Bernardo do Campo (SP), berço político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A mudança de agenda seria uma tentativa de conter o avanço de Bolsonaro no Nordeste, tradicional reduto de apoio a Lula e a única região onde Haddad lidera.

Integrantes do PT disseram hoje à tarde, em conversas informais, que o momento não é de "euforia", mas também não é de desespero. Com base em pesquisas realizadas diariamente para consumo interno da campanha -- os chamados trackings --, petistas afirmaram considerar difícil que Bolsonaro consiga avançar a ponto de vencer a eleição no primeiro turno. 

Outra ofensiva do PT na disputa com Bolsonaro acontece nas redes sociais e no WhatsApp, territórios em que está concentrada a campanha do candidato do PSL. Há uma avaliação de que houve um ataque coordenado nos últimos dias contra Haddad por meio da disseminação de notícias falsas, e que esta reação teria sido potencializada como resposta às manifestações contra Bolsonaro lideradas por mulheres no sábado (29) em todo o Brasil. 

Membros do partido também reconheceram que houve uma demora para aderir com força à batalha digital, mas demonstraram certo otimismo pelo fato de, nos últimos dois dias, ter começado a divulgação de material via WhatsApp com críticas e ataques a Bolsonaro. São imagens e vídeos focados principalmente em declarações polêmicas dadas pelo candidato do PSL e o vice de sua chapa, Hamilton Mourão (PRTB). 

"Nós também sabemos bater", disse um petista.

* Colaborou Ana Carla Bermúdez

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