Seis governadores são reprovados pelos eleitores e não se reelegem

Do UOL, em São Paulo

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    Da esquerda para a direita, de cima para baixo: os governadores Zé Eliton, Cida Borghetti, Fernando Pimentel, Suely Campos, Pedro Taques e Robinson Faria: nenhum se reelegeu

    Da esquerda para a direita, de cima para baixo: os governadores Zé Eliton, Cida Borghetti, Fernando Pimentel, Suely Campos, Pedro Taques e Robinson Faria: nenhum se reelegeu

Os governadores de seis estados falharam na tentativa de se reeleger na campanha eleitoral deste ano. Dos 27 governadores, 20 concorreram, mas apenas sete foram eleitos no primeiro turno e 14 chegaram ao segundo turno. 

Minas Gerais

Em Minas, a surpresa foi o candidato Romeu Zema (Novo), que recebeu 42,7% dos votos. Ele ultrapassou o governador Fernando Pimentel (PT), com 23,1%, e foi para o segundo turno com o ex-governador Antônio Anastasia (PSDB), escolhido por 29% dos eleitores. Na campanha, o petista sofreu com problemas de gestão, como o atraso do pagamento de salários ao funcionalismo e fornecedores, além de ter suspendido o repasse de verbas a diversos municípios. 

Mas a principal dificuldade enfrentada por Pimentel foi a abertura de um processo por suspeita de corrupção que tramita no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Esta é apontada como uma das principais razões para o rompimento da aliança com o vice-governador Toninho Andrade, do MDB.

Goiás

O governador Zé Eliton (PSDB), de Goiás, alcançou 13,7% dos votos, e ficou pelo caminho, colado em Daniel Vilela (MDB), com 16,1%. Ganhou no primeiro turno Ronaldo Caiado (DEM), escolhido por 59,7% do eleitorado.

O tucano enfrentou o desconhecimento dos eleitores depois de assumir o cargo em abril, no lugar do correligionário Marconi Perillo, que deixou o posto para tentar uma vaga no Senado.

O rival Caiado, por outro lado, é bastante conhecido dos goianos. É um dos atuais senadores pelo estado e membro de uma família de produtores rurais com presença na política desde o Segundo Império.

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Paraná

O desconhecimento também vitimou outro vice que assumiu o governo neste ano: Cida Borghetti (PP), no Paraná. Com 15,5% dos votos, ela não prosseguiu na disputa graças ao desempenho de Ratinho Júnior (PSD), que recebeu 59,9% dos votos neste domingo e venceu já no primeiro turno.

A governadora paranaense e Ratinho tinham o apoio dos mesmos políticos do estado, tradicionalmente aliados do ex-governador Beto Richa (PSDB). Embora tenham começado a campanha divididos, a disparada de Ratinho atraiu o apoio desses caciques, desidratando a candidatura de Cida.

Ela também padeceu com a queda de popularidade de Richa, de quem foi vice. Em setembro, o tucano virou réu na Justiça e foi preso em operação do Ministério Público, mas foi solto dias depois. Até aquele dia, os dois haviam participado juntos de atos de campanha. Depois da prisão, Cida entrou com pedido no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) para que Richa, que concorre ao Senado, fosse retirado de sua coligação. Mas não obteve sucesso.

Rio Grande do Norte

O governador Robinson Faria (PSD) não chegou ao segundo turno graças ao desempenho de Fátima Bezerra (PT) e Carlos Eduardo (PDT), que receberam 46,1% e 32,4% dos votos, respectivamente. Faria não passou dos 11,8%.

Contra a gestão dele pesaram as críticas à segurança pública, agravada nos últimos anos, e a popularidade das duas candidaturas de esquerda. Em todo o Nordeste, o PT apresenta um bom desempenho, principalmente em razão da influência do ex-presidente Lula.

Roraima

Com apenas 11,2% dos votos válidos, a governadora Suely Campos (PP) também não chegou ao segundo turno da disputa em Roraima. Ela verá Antônio Denarium (PSL) e Anchieta (PSDB) disputarem a cadeira de governador. O primeiro recebeu 42,2% dos votos, enquanto o segundo foi escolhido por 38,6% do eleitorado.

A governadora foi a única mulher eleita para comandar um estado em 2014. Ela ocupou a vaga de seu marido, Neudo Campos, que teve a candidatura indeferida com base na Lei da Ficha Limpa. Suely sofreu forte desgaste por conta da entrada de milhares de venezuelanos no estado. A crise migratória rendeu à Suely uma taxa de rejeição de mais de 60%.

Para reverter a tendência, ela tentou ganhar a simpatia da população pedindo o fechamento da fronteira com a Venezuela, mas acabou enfrentando outra crise: a orçamentária, que atrasou os salários dos servidores públicos de Roraima.

Mato Grosso

Em Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB) recebeu 18,9% dos votos, e ficou pelo caminho com a eleição no primeiro turno de Mauro Mendes (DEM), escolhido por 58,6% dos eleitores.

Os adversários de Taques se aproveitaram da delação de um empresário que envolveu o nome do governador em um esquema de repasses para caixa dois. O tucano negue as acusações.

Os atuais governadores de sete estados não disputaram a reeleição: Tião Viana (PT), no Acre, Paulo Hartung (MDB), no Espírito Santo, Simão Jatene (PSDB), no Pará, Ricardo Coutinho (PSB), na Paraíba, Luiz Fernando Pezão (MDB), no Rio de Janeiro, Daniel Pereira (PSB), em Rondônia, e Eduardo Pinho Moreira (MDB), em Santa Catarina --muitos deles por já estarem cumprindo o segundo mandato.

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