Se as pessoas não querem, fazer o quê?, diz FHC ao declarar voto em Alckmin
Lucas Borges Teixeira
Colaboração para o UOL, em São Paulo
Após votar na manhã deste domingo (7), o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse acreditar que haverá segundo turno e voltou a declarar voto em Geraldo Alckmin.
O tucano não mostrou entusiasmo quanto a candidatura de seu copartidário.
"Eu não sou operador político. Vocês sabem o que eu acho, o que eu penso. Se as pessoas não querem, vou fazer o quê?", disse ao UOL.
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"O país está com muitos partidos, muitos candidatos, não se vê claramente como vai reagrupar", declarou o ex-presidente no colégio em Higienópolis, bairro paulistano.
"O importante é que a democracia está funcionando. Ganhou, ganhou, perdeu, perdeu." questionou o tucano, que escreveu uma carta aberta de apoio ao "centro" na semana passada. "Nesse momento, as pessoas querem se engalfinhar, eu não caio nessa."
De acordo com o ex-presidente, é preciso pensar em um governo de coalizão. FHC comparou o momento atual ao governo Itamar Franco, quando foi Ministro da Fazenda, e afirmou que o discurso "extremista" não deve vingar.
"Você precisa explicar ao povo do que se trata [o processo democrático]. Se você não explicar ao povo, o Congresso dá as cartas e aí é uma dificuldade", declarou FHC. "Gente que não é democrata está cheio pra todo lado, mas eu não acredito [que este discurso prevalecerá]."
Bom humor e aceno ao centro
FHC foi um dos primeiros a votar e compareceu menos de dez minutos depois da abertura dos locais de votação, às 8h09.
"Vocês caíram da cama?", brincou com os jornalistas que o aguardavam.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) chegou para votar no Colégio Nossa Senhora do Sion, em São Paulo, por volta das 8h10. Com movimento ainda tranquilo, o tucano foi recebido por poucos eleitores e afirmou que a marca desta eleição é a fragmentação.
Na última semana, FHC encabeçou um manifesto em defesa da candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB), reunindo 91 assinaturas.
Além de FHC, entre os signatários estão o economista Samuel Pessoa, o cientista político Rubens Figueiredo, o cineastas João Batista de Andrade, o administrador Guilherme Setúbal e o educador Cláudio Moura e Castro. Os organizadores são Rubens Figueiredo, Antonio Lanzana, Gustavo Dedivitis, José Álvaro Moisés e Roberto Macedo.
O texto diz que o Brasil precisa de um "compromisso radical com a democracia" e defende a realização de reformas. A iniciativa ocorre em um momento delicado para a campanha de Alckmin, que na mais recente pesquisa Ibope/Estado/TV Globo apareceu com 8% das intenções de voto. Segundo levantamento do Datafolha divulgado nesta terça-feira (2), o tucano oscilou para baixo - de 10% para 9%.
Briga no hospital, apoio de padre e tattoo falsa: as fake news das eleições
Tradutor: Fernando Henrique Cardoso vota em São Paulo e faz apelo contra 'extremismo'
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