França elogia Skaf, visita Alckmin e diz esperar apoio de parte do PSDB

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

  • Jardiel Carvalho/Folhapress

    Marcio França comemora virada sobre Paulo Skaf e discursa para militantes

    Marcio França comemora virada sobre Paulo Skaf e discursa para militantes

O candidato do PSB ao governo de São Paulo, Marcio França, acenou ao terceiro colocado na disputa, Paulo Skaf, e também a uma ala do PSDB menos alinhada com seu adversário, o tucano João Dória, para tentar a vitória no segundo turno da sucessão.

França foi um dos primeiros aliados a visitar o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), quarto colocado na campanha à Presidência, após a definição do resultado. Atual governador, ele foi vice de Alckmin nos dois últimos mandatos do tucano e assumiu o Palácio dos Bandeirantes em abril deste ano.

"Lealdade é um item que para mim é vital, e devo muito à oportunidade que ele me deu", disse, ao deixar a sede do PSDB, no centro de São Paulo, onde Alckmin havia feito, pouco antes, um breve pronunciamento sobre a derrota.

A declaração de França é também uma menção indireta a Doria, acusado pelo adversário e por tucanos próximos ao ex-governador de ter buscado, em 2017, se viabilizar para disputar o Planalto. Alckmin havia sido o principal fiador político de Doria na disputa à Prefeitura de São Paulo em 2016.

"Votei no Alckmin com prazer", disse, sobre a votação deste domingo (7). Indagado se espera apoio de parte do PSDB, França declarou: "Quem tiver aquela origem Covas vem meio que naturalmente [me apoiar], porque não combina muito com esse jeito do Dória. E ele [Dória] sabia disso".

"Falei há pouco com Skaf e disse que tenho muito orgulho da amizade que tenho com ele, com a família, com os filhos dele", disse França, afirmando, no entanto, que não recebeu oficialmente apoio de Skaf. "Ainda não. Mas seria uma honra para mim. Sou muito amigo dele e dos filhos, ele foi filiado ao meu partido [Skaf disputou o governo em 2010] e entrou na política pelas minhas mãos", afirmou. "E foi um cara valente para segurar esse rojão do MDB."

Em entrevista coletiva, França agradeceu os eleitores e lembrou a disputa apertada, voto a voto. "Não foi fácil, não foi simples." Ele voltou a citar a ligação feita a Skaf e alfinetou seu agora rival direto, João Doria. "Recebi ligação do Skaf e eu disse: 'Paulo, tenho orgulho de ser seu amigo, amigo dos seus filhos, da sua família. A gente não trai os amigos, a gente discuti ideias, a gente não zomba das pessoas, não brinca com o sentimento das pessoas'", afirmou.

"Agora eles vão ter que inventar um jeito de me segurar nos debates", diz França.

França não antecipou se deve apoiar Jair Bolsonaro (PSL) ou Fernando Haddad (PT) para a disputa presidencial — segundo ele, a decisão será tomada nesta quarta-feira (10) pela Executiva Nacional durante reunião em Pernambuco.

Perguntado se considera que Alckmin votaria nele ou no afilhado Dória, França respondeu: "Eu acho que tive o voto dele hoje e vou ter de novo. De dona Lu [Alckmin] e das crianças [os filhos de Alckmin, Geraldo e Sophia], não tenho nem dúvida".

Agora adversário direto de Dória para o governo, França foi o principal responsável pelo arco de alianças que ajudou a eleger o tucano para a prefeitura, em uma histórica vitória de primeiro turno, há dois anos.

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