Paes se diz surpreso e critica Witzel: "não sabe o que é, o que quer"

Gabriel Sabóia

Do UOL, no Rio

  • Divulgação

    7.out.2018 - Eduardo Paes votou neste domingo no Gávea Golf Clube

    7.out.2018 - Eduardo Paes votou neste domingo no Gávea Golf Clube

O candidato do DEM ao governo do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, não negou na noite deste domingo (7) a surpresa com a segunda colocação no primeiro turno das eleições, em sua primeira entrevista depois de confirmado o resultado.

Paes, que esteve à frente nas pesquisas de intenções de votos durante toda a disputa eleitoral, terminou a corrida pelo Palácio Guanabara com 19,56% dos votos válidos, contra 41,28% do seu adversário no segundo turno, Wilson Witzel (PSC).

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Apesar de se dizer confiante em reverter a diferença que supera 1,6 milhão de votos, o democrata não poupou o adversário, que declarou apoio e se disse alinhado às propostas do candidato a presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) no primeiro turno. "Meu adversário não sabe bem o que quer, nem o que é", disse Paes, que reconheceu a influência do uso do nome do presidenciável no resultado final.

"Existe um movimento que mexeu com as peças do tabuleiro político, sem dúvidas. Todo mundo sabe quem eu sou, de onde vim, o que fiz. Não é o caso do adversário", completou, em relação ao fato de o ex-juiz federal nunca ter concorrido a um cargo eletivo.

Apoios e diálogo com eleitores

Paes disse que apoios de adversários do primeiro turno nessa nova etapa da corrida eleitoral não estão descartados. "Quem quiser me apoiar e votar em mim será bem vindo, claro. Mas esse não é o foco da campanha. Pretendo espalhar propostas, conversar com eleitores e percorrer o estado", disse.

Questionado se aceitaria o apoio de Indio da Costa (PSL) --candidato sobre o qual chegou a prometer, durante debate da TV Globo, que não participaria de um eventual governo seu-- Paes de esquivou. "Eu disse que ele não seria meu secretário. Apoio é outra coisa", afirmou.

A derrota do seu padrinho político Cesar Maia (DEM) para o Senado --o candidato ficou atrás de Flávio Bolsonaro (PSL) e Arolde de Oliveira (PSD)--- foi uma grande decepção, segundo Paes.

"Lamentável que o Rio de Janeiro tenha desperdiçado o seu quadro mais capacitado para o Senado. Fiquei em segundo lugar, mas estou no segundo turno, estou empolgado, me sinto empatado, começando do zero com o meu adversário. A derrota do Cesar Maia, não. Me deixa triste", afirmou Paes.

O ex-prefeito, que não declarou apoio a nenhum presidenciável no primeiro turno das eleições, disse que não deve manifestar apoio a Bolsonaro ou Fernando Haddad (PT).

Lava Jato

Paes disse não ver problemas ou conflitos de interesses na continuidade de depoimentos de pessoas próximas a ele durante o segundo turno das eleições no âmbito da Operação Lava Jato. O ex-secretário de Obras Alexandre Pinto na gestão de Paes disse, na última semana, ao juiz Marcelo Bretas que Paes favoreceu empreiteiras em obras públicas durante o período em que foi prefeito da capital. O democrata negou as acusações.

"Todos sabem que Bretas e Witzel são amigos pessoais, mas eu confio na isenção do Judiciário e no trabalho competente do juiz Bretas. Além disso, não tenho nada a temer", concluiu.

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