Análise: Violência e igrejas frearam avanço de Haddad no Nordeste

Do UOL, em São Paulo

Se Jair Bolsonaro (PSL) chegou perto de vencer a eleição no primeiro turno, somando cerca de 46% dos votos válidos, um desempenho tímido de Fernando Haddad (PT) na região Nordeste, tradicional reduto eleitoral do PT, teve influência decisiva nesse resultado. A avaliação é do analista político Jamildo Melo, do portal NE10.

Segundo ele, a influência religiosa, sobretudo de igrejas evangélicas que empreenderam campanha contra Haddad, e a escalada recente da violência frearam o avanço do petista em vários estados. "Lula, Dilma já tiveram mais de 60% dos votos em algumas situações. Haddad, devido a uma reação conservadora forte, não conseguiu repetir esses números elevados", ressaltou Melo, que vê o candidato moralmente questionado no Nordeste.

Impulsionado pelo antipetismo, Bolsonaro terminou em segundo lugar em oito dos nove estados da região. Seu melhor desempenho foi registrado em Alagoas, onde terminou com 34,4% dos votos válidos, contra 44,8% de Fernando Haddad.

"Outra explicação para isso é a questão da violência. Ela vitimou o governador do Rio Grande do Norte, que não conseguiu se reeleger. É um estado que estava muito dependente de um ajuste. Tinha problemas carcerários, violência campeando. Aí chega um discurso de que precisa meter bomba, porrada. Algumas pessoas acabam acreditando que essa é a solução."

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