Análise: Haddad precisa focar em segurança pública para vencer no 2º turno

Do UOL, em São Paulo

Para o historiador e cientista político Luiz Felipe de Alencastro, da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Fernando Haddad (PT) precisa dialogar com os eleitores de Jair Bolsonaro (PSL) e entender como pensa e reage a parcela mais conservadora do eleitorado, em especial a respeito do tema da segurança pública.

"É legítimo e perfeitamente honesto no Brasil você se sentir inseguro, nos seus bens e na sua vida, diante do aumento da criminalidade, que se descontrolou, principalmente quando você é pobre e negro", afirma o especialista.

"Eu acho que. se ele [Haddad] tiver juízo, e ele tem, ele vai procurar acentuar mais esse ponto [a preocupação em combater a violência]. Não basta você polarizar as forças. E, no caso dele, é vital mudar 5%, 6% ou 7% dos votos do Bolsonaro. Ele tem que ter compreensão e proximidade com a angústia e o sofrimento dessa parte da população."

Alencastro ressalta ainda que Haddad está em um cenário desfavorável na disputa do segundo turno da eleição presidencial, embora a virada não seja impossível. "Tem se falado muito que nenhum candidato que chegou em primeiro lugar no primeiro turno perdeu eleição. Mas são sempre candidatos governistas, a começar pelo Fernando Henrique em 1994, que havia sido ministro da Fazenda do Itamar [Franco]. A virada foi o Lula, em 2002", contemporizou Alencastro.

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