Haddad recua sobre nova Constituição e promete reformas através de emendas

Luiz Alberto Gomes

Do UOL, em São Paulo

  • Reprodução/TV Globo

O candidato à Presidência Fernando Haddad (PT) deu uma série de entrevistas para os principais canais de televisão um dia depois da eleição que garantiu sua ida ao segundo turno. No Jornal Nacional, da Globo, o candidato recuou sobre uma nova Constituição, que foi defendida em seu plano de governo.

"Nós revisamos nosso posicionamento, faremos as reformas devidas por emendas constitucionais", disse o presidenciável no início de sua resposta sobre uma nova Constituição. Depois, Haddad defendeu as reformas tributárias e bancária e repetiu que elas serão feitas após apresentação e votação no Congresso. Haddad prometeu também revogar o teto de gastos, medida feita no governo de Michel Temer (MDB).

No plano de governo apresentado ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e que foi coordenado por Haddad, a chapa entre PT, PCdoB e PROS defendeu que "condições" fossem criadas para o Brasil realizar uma Assembleia Constituinte Exclusiva para reformar suas leis. No final de setembro, o candidato voltou a defender a medida. As declarações geraram críticas de adversários no primeiro turno e de outras autoridades, como o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli.

Perguntado sobre uma frase de José Dirceu que falava em "tomar o poder", o petista mostrou incômodo com a afirmação do aliado e reafirmou que o ex-ministro de Lula não participará de seu governo, caso seja eleito. "O ex-ministro não participa da minha campanha e não participará do meu governo. Eu discordo da formulação dessa frase", disse.

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Haddad ainda aproveitou a entrevista para atacar o projeto econômico defendido pelo adversário Jair Bolsonaro (PSL). "Nosso lado que é a social-democracia, que garante direito do cidadão e cumpre a Constituição de 1988, que amplia oportunidades e visa gerar empregos e oportunidades", apontou.

Nas considerações finais na Globo, o petista reforçou os apelos feitos por aliados contra a eleição de Bolsonaro: "O futuro do país está em jogo, o futuro da democracia está em jogo, o futuro dos seus direitos sociais e trabalhistas está em jogo."

Petista também falou com SBT e Record

No Jornal do SBT, o ex-prefeito de São Paulo rebateu que o antipetismo pode atrapalhar sua eleição: "Existe também uma parcela da população que repudia o que representa a ditadura, o desrespeito ao nordestino, as mulheres, aos direitos sociais, que perdemos muito, e a soberania social". Ele falou que buscará o apoio de Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (PSOL) e, sobretudo, do PSB. O PSOL já declarou apoio a Haddad na tarde desta segunda-feira (8).

Haddad ainda falou sobre sua visita ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está preso em Curitiba, na manhã desta segunda. Ele contou que o líder petista "manifestou uma satisfação enorme por estar mais uma vez no segundo turno."

Já no Jornal da Record, o petista comemorou o fato de ter um segundo turno que "permitirá a comparação de dois projetos e escolher o melhor para o Brasil." Ele também voltou a defender a reforma tributária e diz que vai disputar o voto dos indecisos, dos que votaram em outros concorrentes e de quem não votou no primeiro turno.

Disputa pela Presidência

No primeiro turno da eleição, Bolsonaro e Haddad foram os mais votados para a Presidência e disputarão o segundo turno no dia 28 de outubro. O candidato do PSL recebeu 46% dos votos após aparecer na frente durante toda corrida eleitoral e ter um forte crescimento na reta final.

Já o petista foi escolhido por 29% dos eleitores mesmo entrando na disputa só um mês antes da votação. Haddad substituiu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve sua candidatura barrada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no início de setembro. A candidatura do ex-prefeito de São Paulo foi lançada em 11 de setembro.

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