Jucá, Eunício, Lobão: MDB tem quedas marcantes de caciques no Senado

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

  • Reprodução/Sérgio Lima/Poder360, Fayez Nureldine/AFP e Pedro Ladeira/Folhapress

    Caciques do MDB: Romero Jucá, Edison Lobão e Eunício Oliveira

    Caciques do MDB: Romero Jucá, Edison Lobão e Eunício Oliveira

Uma extensa lista de cacique políticos do MDB no Norte e no Nordeste perderam suas vagas no Senado a partir de 2019. Em muitos casos, eles acabaram surpreendidos por votações bem abaixo do que apontavam as pesquisas.

Foi o caso do presidente do Senado, Eunício Oliveira, que em uma grande surpresa foi derrotado no Ceará por um nome dado como fora do páreo nos levantamentos até a véspera da eleição: o ex-presidente do Fortaleza Esporte Clube, Eduardo Girão (PROS). A outra cadeira do Estado ficou com o ex-governador Cid Gomes (PDT).

Eunício era segundo colocado nas pesquisas até o levantamento de sábado (6) do Ibope, com 25% das intenções de voto --15 pontos a mais que Girão.

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Outro medalhão, o presidente nacional do MDB, Romero Jucá, já sabia que teria vida difícil em Roraima e acabou não sendo reeleito em uma disputa apertada --onde ficou atrás por menos de 500 votos de Mecias de Jesus (PRB). Pelo estado assumirá também, em 2019, Chico Rodrigues (DEM).

No Maranhão, o senador Edison Lobão dará adeus à cadeira do Senado. Ele ainda viu, de quebra, o governador Flavio Dino (PCdoB) emplacar dois novatos no Senado na chapa concorrente: Eliziane Gama (PPS) e Weverton Rocha (PDT).

No Rio Grande do Norte quem perdeu a cadeira de senador a partir de 2019 foi Garibaldi Filho. No estado foram eleitos Capitão Styvenson (Rede) e Doutora Zenaide Maia (PHS).

Outro emedebista que era uma esperança do partido para o Senado era o ex-governador de Sergipe, Jackson Barreto --que renunciou ao cargo em março, mas acabou ficando apenas em quinto lugar, atrás dos eleitos Delegado Alessandro Vieira (Rede) e Rogério Carvalho (PT) e dos não-eleitos André Moura (PSC) e Valadares (PSB).

Para o cientista político e professor do Departamento de História da UFMA (Universidade Federal do Maranhão), Wagner Cabral, a queda de caciques que pareciam eternos na política veio na onda antipolítica tradicional.

A primeira impressão é que, se de um lado o PT perdeu em uma série de lugares, esses caciques do MDB também perderam num mesmo movimento: a onda a favor de Bolsonaro na reta final do primeiro turno. Isso veio do sentimento antipolítica dos últimos anos. Esse sentimento encarnou em Bolsonaro --que elegeu filho, várias figuras desconhecidas ligadas a ele--, mas também trouxe um voto antissistema e antipolítica.

Wagner Cabral, cientista político e professor do Departamento de História da UFMA

Os eleitos

Na lista de medalhões no Norte e Nordeste, alguns se mantiveram no poder. Renan Calheiros (AL), Eduardo Braga (AM) e Jader Barbalho (PA) conseguiram se reeleger neste domingo. Ao todo, sete senadores do MDB foram eleitos nos estados do Norte e Nordeste.

Um nome forte do partido que retorna ao Senado após quatro anos na Câmara dos Deputados é Jarbas Vasconcelos, eleito por Pernambuco junto com o petista Humberto Costa.

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O emedebista e ex-ministro da Saúde de Dilma Rousseff, Marcelo Castro, foi eleito pelo Piauí e desbancou o favorito à segunda vaga, o ex-governador Wilson Martins (PSB). Ciro Nogueira (PP) ficou com a primeira vaga.

Já o ex-governador de Rondônia, Confúcio Moura, garantiu a segunda vaga ao Senado do estado, assim como ocorreu com Márcio Bittar, no Acre.

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