"Mudança radical" marcou eleição, diz Russomanno, eleito pela 6ª vez em SP

Olga Bagatini

Colaboração para o UOL

  • Paulo Lopes/ Futura Press/ Estadão Conteúdo

Pela sexta vez, Celso Russomanno (PRB) foi eleito Deputado Federal por São Paulo. O político teve mais de 500 mil votos – desempenho bem inferior ao de 2014, quando foi o parlamentar mais votado, com 1,5 milhões de eleitores. Em entrevista ao UOL, o deputado relacionou a queda ao "quadro atípico" de uma eleição polarizada.

"Foi um pleito polarizado por causa da facada que o Bolsonaro tomou, aí você tem esse quadro atípico. As pessoas ficaram revoltadas, e com razão, porque o Brasil não merece algo como um atentado durante uma eleição. Elas querem mudança radical, existe falta de credibilidade total por parte da população em relação aos políticos", afirmou o candidato que já passou por cinco partidos.

Para o segundo turno, o deputado declarou apoio a Jair Bolsonaro (PSL) e João Doria (PSDB). "Vou apoiar Bolsonaro para Presidente e Dória para Governador de São Paulo. Espero que o Brasil comece a caminhar de novo, porque já está estagnado faz um ano", diz.

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O jornalista e apresentador de TV ganhou fama com quadro sobre direito do consumidor no extinto programa "Aqui Agora", do SBT, de São Paulo. Russomanno foi filiado ao antigo PFL (atual DEM) de 1985 até 1994, quando foi eleito deputado federal pela primeira vez e migrou para o PSDB.

Sua carreira foi marcada por projetos de lei que visavam a mudanças no Código de Defesa do Consumidor. Em 1997, Russomanno saiu do PSDB rumo ao PPB e, em seguida, seguiu para o PP para concorrer ao Governo de São Paulo em 2010 — ficou em terceiro, atrás de Geraldo Alckmin (PSDB) e Aloízio Mercadante (PT). No ano seguinte, desentendeu-se com Paulo Maluf, então presidente da legenda, e rumou para o PRB, onde está até hoje.

Em 2014, Russomanno foi condenado pela Justiça Federal de São Paulo a dois anos e dois meses de prisão por crime de peculato, por usar dinheiro público para pagar o salário de funcionária que não cumpria expediente em seu gabinete, e sim em uma empresa privada do parlamentar. Ele foi absolvido pela 2ª turma do Superior Tribunal Federal (STF) em 2016 e teve sua pena convertida em trabalho comunitário e pagamento de cestas básicas. A defesa alega que as atividades desempenhadas pela funcionária eram relativas ao mandato.

Assim, não foi enquadrado pela Lei Ficha Limpa e pôde concorrer à prefeitura de São Paulo naquele pleito, quando terminou em terceiro, atrás de João Doria (PSDB) e Fernando Haddad (PT), com 13,6% dos votos válidos.

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