Serra rejeita "quanto pior melhor" e diz que eleitor quer PSDB na oposição
Luís Adorno
Do UOL, em São Paulo
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Silvia Zamboni/Folha Imagem
O senador José Serra (PSDB-SP) sugeriu nesta terça-feira (9) por meio do Twitter que seu partido deve se recusar a apoiar tanto Jair Bolsonaro (PSL) como Fernando Haddad (PT) na disputa do segundo turno. A Executiva nacional do PSDB se reúne na tarde desta terça-feira (9), em Brasília, para fazer um balanço do resultado do partido nas urnas e, ainda, para decidir sobre eventual apoio a um dos candidatos à Presidência da República.
Na avaliação de Serra, o eleitor mandou o PSDB para a oposição e uma sinalização a um futuro governo deve ser rejeitada. "Na linha do que disse o presidente Fernando Henrique Cardoso, a população brasileira nos enviou para a oposição. Não nos cabe, como partido, fazer propostas nem muito menos ofertas. Não tenho nenhuma disposição de apoiar nem o reacionarismo cultural do Bolsonaro nem mais uma aventura petista", afirmou o senador.
"Acho que a direção do PSDB deve seguir essa orientação. Nunca jogando no quanto pior melhor", afirmou o ex-governador de São Paulo.
Não tenho nenhuma disposição de apoiar nem o reacionarismo cultural do Bolsonaro nem mais uma aventura petista. Acho que a direção do PSDB deve seguir essa orientação. Nunca jogando no quanto pior melhor.
— José Serra (@joseserra_) 9 de outubro de 2018
Na manhã desta terça-feira, durante agenda de campanha ao governo do estado, João Doria defendeu que o partido "ouça as ruas", "reflita" e "mude". O ex-prefeito paulistano vem reforçando apoio a Bolsonaro desde a noite de domingo (7), mesmo antes da decisão partido.
Segundo o deputado federal eleito senador Major Olimpio (PSL-SP), braço direito de Bolsonaro, o candidato do PSL não apoirá Doria na disputa pelo governo em São Paulo.
Nesta segunda-feira, Fernando Henrique Cardoso também usou o Twitter para afirmar que são os candidatos vitoriosos que devem dizer o que farão com o Brasil. "Não concordo com o reacionarismo cultural e o descompromisso institucional de uns vitoriosos e tampouco com a corrupção sistêmica e com apoio ao arbítrio na Venezuela e em outros países", escreveu o ex-presidente.
"As redes divulgam que apoiarei Haddad. Mentira: nem o PT nem Bolsonaro explicitaram compromisso com o que creio. Por que haveria de me pronunciar sobre candidaturas que ou são contra ou não se definem sobre temas que prezo para o país e o povo?", complementou FHC, presidente do honra do partido.
O candidato tucano à presidência da República em 2018, Geraldo Alckmin, teve o pior desempenho da história do partido, com menos de 5% dos votos válidos, e deixou a disputa presidencial em quarto lugar.
ANÁLISE: PSDB PERDE PARA BOLSONARO POSTO DE ANTI-PT
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