Rio: Paes e Witzel prometem defender policiais que matarem em tiroteios

Luis Kawaguti e Gabriel Sabóia

Do UOL, no Rio

  • Rede Bandeirantes

    Os candidatos do governo do Rio Eduardo Paes (à esq.) e Wilson Witzel (à dir.)

    Os candidatos do governo do Rio Eduardo Paes (à esq.) e Wilson Witzel (à dir.)

Os candidatos ao governo do Rio de janeiro Eduardo Paes (DEM) e Wilson Witzel (PSC) prometeram cuidar pessoalmente da questão da defesa de policiais que sejam processados criminalmente após entrarem em conflito armado com criminosos. As declarações foram dadas em debate realizado na manhã desta quinta-feira (11) pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) e pelo grupo Bandeirantes.

Essa abordagem foi uma das principais propostas na área da segurança da campanha do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), que saiu na frente no primeiro turno da corrida presidencial.

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"Os agentes da lei vão estar sempre protegidos não só juridicamente, mas pela figura do governador", disse Paes.

"Quero garantir ao nosso policial que ele terá uma defesa técnica, vou cuidar pessoalmente disso", afirmou Witzel.

Os dois fizeram as afirmações ao serem questionados sobre como acham que o governo deve lidar com a investigação de policiais que se envolvam em casos que resultem em mortes de suspeitos. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública, o Rio teve 175 casos de pessoas mortas pela polícia no mês de agosto (o último dado divulgado). O índice é o maior registrado em um só mês nos últimos 15 anos.

Witzel prometeu criar um corpo de defesa jurídica do policial e disse que os agentes serão orientados a "abater" criminosos flagrados portando fuzis ostensivamente.

Paes disse inicialmente que a polícia tem que jogar com inteligência para ter atuações mais "cirúrgicas" e preventivas, afirmando que sair atirando é uma "política burra". Em seguida, disse que a polícia tem que "agir com força" --aproximando seu discurso do que vêm defendendo Witzel e Bolsonaro. "Não quer dizer que não se tenha que se agir com toda contundência e força e proteger o policial das ameaças legais", disse Paes.

Witzel superou Paes na votação do primeiro turno em um movimento de crescimento que só foi retratado pelas pesquisas pouco antes da votação. Em agosto, o candidato do PSC tinha cerca de 1% dos votos e cresceu após declarar apoio a Bolsonaro e participar de carreatas com o filho dele, Flávio Bolsonaro (PSL), eleito para o Senado.

Paes diz ser neutro em relação a eventual apoio de seu partido aos concorrentes ao segundo turno da eleição presidencial. Porém, já no primeiro dia de sua campanha ao segundo turno pelo governo do Rio, o ex-prefeito fez elogios a Bolsonaro e disse que a radicalização das críticas ao presidenciável é "muito ruim".

Em outro movimento que se assemelha aos passos dados pela campanha de Bolsonaro, Witzel prometeu nomear um almirante da Marinha para gerir a Secretaria de Saúde de seu eventual governo, sem dizer quem seria --o presidenciável promete nomear ministros militares em seu governo. Witzel também disse que criará uma rede de escolas militares no estado.

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