Youtuber eleito mora nos EUA e quer reforma tributária de Trump no Brasil

Eduardo Lucizano

Colaboração para o UOL, em São Paulo

  • Reprodução/Facebook

Eleito para o cargo de deputado federal pelo Distrito Federal com mais de 65 mil votos, o youtuber Luis Miranda (DEM), que vive há quatro anos em Miami, nos Estados Unidos, se diz um entusiasta da reforma tributária do presidente americano Donald Trump.

Dono de um patrimônio declarado de R$ 7,2 milhões, segundo dados fornecidos por ele ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Miranda afirma que a proposta de reforma americana é viável também para o Brasil.

"A reforma tributária dos Estados Unidos transformou o país. Vivi isso lá, e me fez pensar que poderia fazer o mesmo para o Brasil. Sou um entusiasta da ideia da curva de Laffer. Pela primeira vez um país colocou em prática, o Trump fez isso", disse Miranda ao UOL.

A curva de Laffer é uma teoria econômica que defende a redução de impostos para empresas. A consequência seria o crescimento da arrecadação. Segundo a teoria, o aumento do imposto é improdutivo após determinada porcentagem e reduz a arrecadação, já que cresce a sonegação de impostos.

Além de Trump, Miranda apoia o candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro.

"Gosto da proposta de reforma tributária [do Bolsonaro], ele vai amenizar a dor da população, vai de encontro com o que penso, molde parecido com o dos EUA. A economia num país é o pai de todos os males, gera todos os problemas, espero não me decepcionar", afirmou.

Como virou youtuber e fez a campanha

Miranda é empresário e dono de uma empresa de compra e venda de mercadoria no atacado nos Estados Unidos, onde exporta mercadoria para a América Latina e Índia. Como vive em outro país, ele fez apenas parte da campanha eleitoral no Brasil, onde também tem residência.

"Cheguei faltando 25 dias para acabar a eleição, tive de trabalhar na rua, fiz reuniões, participei de feiras, até peguei uma pneumonia", disse.

A princípio, Miranda deixaria a mulher e os dois filhos em Miami, mas eles voltaram para o Brasil duas semanas depois da chegada do deputado eleito. Miranda nomeou um CEO e novos diretores para tomarem conta da sua empresa.

"Tenho casa, empresas e emprego aqui, vivo o Brasil e vinha pelo menos quatro vezes por ano, ficava uns 15 dias, e mantive minha vida aqui. Conheço a realidade, mas eu consegui conquistar na América aquilo que não tinha aqui. É um grande equívoco pensar que não vivia isso", afirmou.

O tempo fora do país e a demora para começar a campanha fez de Miranda pouco conhecido em sua própria região, fato que o fez aumentar os gastos na reta final da campanha.

"Gastei R$ 500 mil na campanha, do meu bolso saiu isso. Nosso maior gasto foi na última semana, as pessoas não sabiam que eu era candidato", disse.

Segundo os dados parciais do TSE, Miranda gastou R$ 74 mil para realizar sua campanha. Os números, no entanto, são da última atualização, de 28 de setembro. Seu dinheiro, aliás, gerou desavença no partido.

"Não recebi nada do DEM. Eles disseram que eu não precisava e não era um case para ser eleito. Depois que começou a andar, passaram a ter interesse, eu disse que estava trabalhando e não queria a ajuda de ninguém. Não acreditaram em mim", disse.

Ilustre desconhecido nas ruas, Miranda já tinha fama por conta de seu canal no YouTube. Lá, ele faz vídeos com comparações sociais e econômicas da vida nos EUA e no Brasil.

"Comecei a ser um youtuber gravando para amigos na minha página pessoal, ia mostrando a realidade dos EUA, o abismo social, com preços de gasolina, o impacto dos valores na sociedade, aí abri uma página no Facebook e depois no YouTube", disse.

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