Em visita ao Bope, Bolsonaro diz que "teremos um dos nossos lá em Brasília"

Hanrrikson de Andrade e Gustavo Maia

Do UOL no Rio

O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) visitou no fim da manhã desta segunda-feira (15) o quartel do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), da Polícia Militar do Rio de Janeiro, e disse aos integrantes da tropa que eles terão um deles em Brasília caso ele seja eleito.

"Nós temos que acreditar e tentar mudar, e buscar fazer a coisa certa. Acho que isso é possível, afinal de contas, não temos outro caminho", disse Bolsonaro em discurso aos policiais.

"Podem ter certeza que, em chegando, teremos um dos nossos lá em Brasília", complementou, antes de finalizar com um grito de "caveira", o símbolo do Bope.

A parte final do discurso de Bolsonaro foi gravada em vídeo e divulgada pela equipe do presidenciável. A imprensa não pôde acompanhar a visita. O candidato também não quis falar com os jornalistas na saída.

O deputado federal chegou ao Bope por volta de 11h10 para conhecer as instalações da unidade e conversar com policiais.

Aos homens da divisão de elite da PM, ele afirmou que, graças ao apoio de "gente como vocês", o seu partido conseguiu "a segunda maior bancada em Brasília, sem televisão, sem fundo partidário, sem nada".

O PSL elegeu 52 deputados federais, bancada menor apenas que a do PT, com 56.

Antes de se despedir, Bolsonaro prestou continência para um coronel que o recebeu no quartel do Bope, mas brincou com a situação: "Estou dando continência para um coronel, mas quem vai mandar no Brasil são os capitães." O candidato é capitão reformado do Exército.

Em recuperação desde que levou uma facada, no dia 6 do mês passado, e passou por duas cirurgias, Bolsonaro não foi liberado pelos médicos para participar de debates promovidos por emissoras de televisão nem para eventos de campanha na rua.

Qualquer um pode visitar o Bope, diz PM

Procurada pela reportagem, a assessoria da PM do Rio informou que "qualquer pessoa" pode visitar as instalações do Bope desde que a ida seja previamente agendada. Segundo o órgão, Bolsonaro havia marcado uma visita.

Ainda de acordo com a corporação, o outro candidato que disputa a Presidência no segundo turno, Fernando Haddad (PT), também poderá ir ao local, se desejar.

A legislação eleitoral proíbe agentes públicos de "ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos territórios e dos municípios". A única exceção vale para a realização de convenções partidárias.

Pelotão de drones

No discurso para os policiais, Bolsonaro declarou que, "no que depender dele", irá "aposentar o Bope" para substitui-lo por um "pelotão de drones". Não fica claro se a fala do candidato foi ou não em tom de brincadeira. Ele diz que vem "estudando" essa proposta.

"Outro dia eu fiz até uma... não é uma brincadeira, é coisa séria, e falei 'no que depender de mim, vou aposentar o Bope. Quem vai subir morro vai ser pelotão de drones', está ok? É uma realidade. Estive pesquisando, estudando, vendo em outros países como funciona. Mas tem que mudar a legislação."

Bolsonaro reforçou ainda que pretende aprovar no Congresso o que chama de "excludente de ilicitude" --os policiais não seriam responsabilizados caso ocorressem mortes em confronto durante operações. E declarou que "se está ruim com a Polícia Militar, imagine sem ela".

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