Eleições 2018

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Deputados da frente evangélica na Câmara visitaram nesta quinta-feira (18) o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), no Rio, para declarar apoio ao político no segundo turno contra o petista Fernando Haddad. Ao menos dez parlamentares estiveram na casa do presidenciável, na Barra da Tijuca, zona oeste carioca.

Durante o encontro, as partes assinaram um documento que diz que "um governante de esquerda limitaria o direito de crença e a liberdade religiosa". Na visão do líder da frente evangélica, deputado Hidekazu Takayama (PSC-PR), uma vitória de Haddad colocaria em risco a "defesa dos valores cristãos".

"O Brasil é um país de 86,8% de cristãos, entre católicos e evangélicos.  Desse percentual, quase 50% são evangélicos. Não podemos permitir que o país continue da maneira como está. Nós queremos tudo, menos a continuação de valores que estavam destruindo a família."

Takayama disse ainda que o grupo de evangélicos que manifestou recentemente apoio a Haddad não é representativo na comunidade religiosa. "Pessoas que não são conhecidas no nosso meio", definiu.

A frente parlamentar evangélica já havia se manifestado favorável à candidatura de Jair Bolsonaro no primeiro turno da corrida presidencial. O objetivo do encontro de hoje, na versão de Takayama, foi ratificar o apoio. "A pauta do candidato coincide com a visão desta frente pró vida", diz o documento assinado hoje.

Haddad faz aceno a eleitorado religioso

O candidato do PT, Fernando Haddad, disse ontem, em encontro com evangélicos, que um presidente não pode impor valores. Haddad falava de "temas sensíveis" que dividem a sociedade a cada eleição, como drogas e aborto.

"Um presidente não pode ser eleito para impor o seu ponto de vista sobre as coisas", disse. "O presidente não pode impor valores."

A declaração reforça o que disse Haddad em uma carta aos evangélicos, divulgada anteriormente, na qual afirma que não defendeu causas que costumam ser reprovadas por essa fatia da população.

"Nenhum dos nossos governos encaminhou ao Congresso leis inexistentes pelas quais nos atacam: a legalização do aborto, o kit gay, a taxação de templos, a proibição de culto público, a escolha de sexo pelas crianças e outras propostas, pelas quais nos acusam desde 1989, nunca foram efetivadas em tantos anos de governo. Também não constam de meu programa de governo", afirma o candidato na carta.

No discurso de hoje, Haddad também disse que teve formação cristã e "abraçou" o cristianismo. O candidato assumiu como compromissos a atuação do Estado para "quem mais precisa" e a garantia de liberdade religiosa.

"O Estado não pode ser propriedade de uma religião. Tem que abraçar todas", afirmou.

O encontro desta quarta, realizado em São Paulo, busca aproximar Haddad de um dos segmentos da população em que ele tem larga desvantagem para Bolsonaro, segundo pesquisas de intenção de voto do Ibope e do Datafolha, com rejeição de 60% do eleitorado.