Haddad sobre TSE: "Justiça é analógica para lidar com problemas virtuais"

Gabriel Sabóia

Do UOL, no Rio

  • Wilton Junior/Estadão Conteúdo

    19.out.2018 - Haddad participou de encontro com engenheiros e professores no Rio

    19.out.2018 - Haddad participou de encontro com engenheiros e professores no Rio

O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, criticou nesta sexta-feira (19) o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por aquilo que diz considerar um "tsunami cibernético de notícias falsas" contra ele e seu partido. O candidato disse que o Tribunal está demorando para anunciar medidas que possam frear a disseminação de fake news por meio do aplicativo WhatsApp.

Reportagem da "Folha de S. Paulo" publicada na quinta-feira (18) afirmou que empresários apoiadores de Jair Bolsonaro (PSL) compraram pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT por meio do WhatsApp. Segundo o jornal, cada contrato chega a R$ 12 milhões e são para disparos de centenas de milhões de mensagens. O presidenciável do PSL disse que "não tem controle" se há empresários simpáticos a ele envolvidos na ação.

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"A Justiça é analógica para lidar com problemas virtuais. Muitos parlamentares já foram eleitos com base nessa emissão de mensagens em massa via WhatsApp. Santinhos virtuais foram distribuídos sem que as contas fossem prestadas. Isso é muito grave. Uma ação ilegal como essa pode impedir uma trajetória de reversão do quadro eleitoral para a presidência", disse o petista durante evento realizado hoje no Rio de Janeiro.

Haddad também aproveitou para desmentir algumas das fake news que circulam contra ele nas redes sociais. "Quem não me conhece pode acreditar que o meu relógio custa R$ 500 mil ou que tenho uma Ferrari, como cheguei a ler. A pessoa recebe de boa fé esse tipo de conteúdo, mas, muitas vezes, não tem como checar. Quem sofreu o que sofri nos quatro dias que antecederam o primeiro turno tem que manifestar alguma indignação. Isso é feito para me caluniar, apenas", disse.

O candidato do PT também criticou Bolsonaro por negar a participação em debates eleitorais do segundo turno. "Ele não é capaz de vir a público se posicionar em relação a nada e, quando aparece, delega ao Paulo Guedes, a quem se refere como "Posto Ipiranga". Eu não sei contra quem estou concorrendo nessa eleição. Eu me proponho a ir na enfermaria na qual ele estiver para debater e, se ele não aceitar a minha visita, as emissoras de TV devem exibir a cadeira vazia durante o debate", opinou.

O candidato também se disse confiante em reverter o quadro atual apontado por pesquisas de intenções de votos que o colocam na segunda posição da corrida eleitoral. Sem citar qualquer instituto de pesquisa, Haddad comemorou a evolução nos números. "Há pouco mais 30 dias, eu tinha 4% das intenções de votos. Hoje estou batendo 40% em várias pesquisas. É claro que me sinto confiante", afirmou.

Na opinião do petista, Bolsonaro se mostra contraditório em relação ao que apresenta aos eleitores. "Ele se diz nacionalista, mas é entreguista. Do ponto de vista comportamental só representa a truculência com quem pensa diferente", concluiu.

Haddad participou de encontro com engenheiros e professores no Clube dos Engenheiros do Rio de Janeiro, no centro da capital fluminense.

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