Bolsonaro recebe apoio de industriais e diz que não quer atrapalhá-los

Gustavo Maia

Do UOL, no Rio

  • Reprodução/Twitter

    Bolsonaro recebeu apoio de presidentes de associações da indústria brasileira

    Bolsonaro recebeu apoio de presidentes de associações da indústria brasileira

O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) recebeu na tarde desta segunda-feira (22) o apoio de representantes de associações de setores da indústria nacional e disse que, se for eleito, o seu governo apresentará um pacote de medidas "que não traga mais sofrimento para ninguém". Ele afirmou ainda que pretende fazer algo semelhante ao que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para "ampliar a base de emprego" no Brasil.

Estiveram na casa do candidato, no Rio de Janeiro, os presidentes da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), da Abimaq (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos), da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), da Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores), da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), da
CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) e do Instituto Aço Brasil.

A interlocução do grupo com Bolsonaro foi feita pelo deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), articulador político do presidenciável que já foi anunciado como ministro da Casa Civil no seu eventual governo. No início do encontro, o presidenciável foi informado que os empresários estavam ali para declarar o apoio do setor a sua candidatura.

"Nós queremos não atrapalhar os senhores", comentou o candidato, provocando risos entre os presentes. "Eu já disse isso para eles. Estão felizes com isso", respondeu Onyx. Bolsonaro continuou dizendo que falou com o economista Paulo Guedes, cotado para ministro da Economia, e que está "muito esperançoso com as propostas dele".

ANÁLISE: "BOLSONARO FOI QUEM MELHOR ENTENDEU 2013"

"A gente quer um pacote de medidas que não traga mais sofrimento para ninguém. Eu acho que colaborando nesse sentido, como o Trump fez lá --e eu sei que as economias são diferentes, tá certo?-- mas buscando fazer algo semelhante dá para a gente ampliar a base de emprego no Brasil. E o Brasil precisa de confiança também", declarou.

Bolsonaro disse ainda que não tem o direito de errar e que não vai apresentar propostas para "dar choque no Parlamento". "A medida provisória: conversa antes, busca romper os gargalos", exemplificou.

Depois, posando para foto com os industriais, com Onyx e com o deputado federal Leonardo Quintão (MDB-MG), que também participou da reunião, o emedebista apontou para o papel com a declaração de apoio e disse que isso "vai gerar 20 milhões de empregos a mais, em nome de Jesus". "Amém", completou um empresário.

Em entrevista coletiva após o encontro, Lorenzoni classificou o grupo como uma "coalizão" que, segundo ele, gera mais de 30 milhões de empregos diretos e indiretos no Brasil e paga mais de R$ 250 bilhões de impostos aos governos no país.

"São setores muito horizontalizados, muito geradores de emprego, que vieram aqui trazer o seu apoio formal à candidatura de Jair Bolsonaro porque ele representa a esperança de reencontro de um país que tem fome de crescer, que tem fome de emprego e quer ver o Brasil se transformar numa grande nação e que possa ombrear com as grandes nações do mundo", declarou.

Em nome do grupo, o presidente executivo do Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, disse que o objetivo da visita foi abrir um diálogo sobre temas considerados como prioritários dentro do setor, como o crescimento do país, geração de emprego, geração do bem-estar.

Para ele, os principais a vetores para a retomada do crescimento são construção civil, exportação e as reformas consideradas fundamentais ara o ajuste fiscal, como a tributária e a previdenciária.

CNI critica possível extinção de pastas

No mesmo dia em que ganhou o apoio dos empresários, Bolsonaro foi cobrado em nota pública divulgada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) cobrar a revisão de uma proposta do seu programa de governo, de incorporar o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços à pasta que cuidará da economia.

"A indústria não pode estar ligada a uma área que tem como prioridades o aumento de receitas e a redução de despesas. Os ministérios da Fazenda e do Planejamento desempenham papéis específicos. Quem vai defender as políticas industriais?", afirmou o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade, no comunicado.

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