Doria entra com pedido para Justiça Eleitoral investigar vídeos

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

  • Nelson Antoine/UOL

A campanha do candidato do PSDB ao governo de São Paulo, João Doria, apresentou à Justiça Eleitoral nesta quarta-feira (24) um pedido de investigação sobre vídeos apócrifos que circulam nas redes sociais, desde esta terça-feira (23), com imagens de sexo grupal simulando a participação do tucano. Doria nega a veracidade dos vídeos e já os tratou como "fake news" e um ato para prejudicar sua campanha. Nos vídeos, com data do último dia 11, aparecem um homem e ao menos seis mulheres em uma cama.

De acordo com a campanha tucana, Doria foi vítima de difamação. O pedido feito à Justiça Eleitoral solicita que se apure a autoria do material.

"A representação contém laudo dos peritos criminais Rosa Maria Coronato Melkan, professora da Academia de Polícia Civil do Estado de São Paulo, e Marcos Olyntho Brandão Godoy, ex-diretor do Núcleo de Engenharia do Instituto de Criminalística de São Paulo. O parecer atesta a falsidade do vídeo veiculado terça-feira em redes sociais para difamar o candidato João Doria, com claro objetivo de influenciar o resultado das eleições para governador de São Paulo", diz nota da campanha tucana divulgada nesta tarde.

Ainda segundo os tucanos, o conteúdo "tem montagens que ficam claras quando analisadas tecnicamente, para fazer que figura retratada na cena se pareça com Doria".

Um dos advogados da campanha, o criminalista Fernando José da Costa, foi citado na nota para observar a "gravidade dos fatos" e para exigir "que a Justiça Eleitoral e a Procuradoria Regional Eleitoral tomem ações imediatas e céleres para que os autores do crime sejam desvendados". Sem entrar em detalhes, o grupo de Doria afirma já haver "indícios da origem desses vídeos, o que poderá levar aos seus autores durante a investigação".

Não foi registrado boletim de ocorrência na Polícia Civil, nem o caso foi levado para a Polícia Federal, esfera responsável pela apuração de possíveis crimes eleitorais, já que Doria é candidato ao governo.

Em debate, tucano se disse vítima de fake news

Na última terça, ao ser questionado sobre o assunto durante o debate promovido pelo UOL, pelo SBT e pela Folha de S. Paulo, Doria defendeu que a legislação brasileira atue de maneira mais incisiva no combate a notícias falsas durante campanhas eleitorais e nego ter participado do vídeo.

O tucano espera que já para as eleições municipais de 2020 a legislação seja mais dura com casos como o que envolveu o nome dele.

"Acho que a legislação para as próximas eleições tem que mudar. Não é possível e razoável que isso continue nesse nível – prejudica a vida e o nome dos candidatos", destacou. "O TSE [Tribunal Superior Eleitoral] deve ter uma ação muito rigorosa para impedir a proliferação de fake news", apontou.

Doria criticou "o nível que atingiu" a proliferação da suposta fake news, "a ponto de agredir a minha família, agredir a mim pessoalmente, com situações de modificação de imagens".

Doria voltou a repetir as críticas que fez em vídeo divulgado antes do debate sobre o tema. "É um absurdo o nível que isso atingiu, ao ponto de agredir a minha família, com as situações de modificações de imagens", disse, destacando estar tomando "medidas judiciais no plano criminal" sobre o assunto. "Fiquei muito impactado com notícia desse tipo; não imaginava que podia chegar a esse nível".

Presente ao debate, a mulher de Doria criticou os vídeos divulgados nas redes sociais e negou que o marido protagonizasse as cenas neles contidas. "Ah, é mentira. Eu conheço o corpo do meu marido, né?", declarou, após o debate.

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