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Apesar do suposto vídeo íntimo de João Doria (PSDB) ter sido tema pouco abordado no debate desta terça-feira (23), promovido pelo UOL, pelo SBT e pela Folha de S. Paulo, o tumulto gerado nas redes sociais foi o principal assunto entre apoiadores do tucano e de Márcio França (PSB) nos bastidores do encontro. As imagens começaram a circular em grupos de WhatsApp no início da tarde. Antes do debate, Doria se manifestou em vídeo para repudiar as imagens e dizer que foi vítima de fake news.

A situação fez com que a equipe de Doria tivesse uma atenção especial com a mulher do candidato, Bia Doria. O político lembrou dos 26 anos de casamento e afirmou estar "muito impactado" com a veiculação do vídeo.

Bia Doria ficou em silêncio durante a maior parte do debate. Ela teve algumas conversas com assessores da campanha e o publicitário André Gomes, um dos coordenadores do marketing do candidato e que esteve ao lado de Bia durante a maior parte do evento. Ao final do programa, ela foi abordada por jornalistas no auditório e negou que o vídeo fosse de Doria. "É mentira. É mentira porque eu conheço o corpo do meu marido. Foi montagem", disse a artista plástica antes de ser conduzida pela equipe para ficar ao lado do marido, nas entrevistas no palco. Ela esteve cercada por assessores e deputados do PSDB.

Enquanto Doria e Bia estavam no palco, os convidados tucanos faziam fotos e publicavam em suas redes sociais posts com a hashtag #casalforte.

O suposto vídeo íntimo chegou a ser o tema mais comentado no Twitter em todo o mundo durante parte da tarde desta terça. Aliados da campanha de Doria relataram incômodo com o vídeo, que consideraram "golpe baixo" e "fake news", além de afirmarem que a atitude seria um desespero da campanha de França. Oficialmente, porém, a campanha evitou responsabilizar diretamente o atual governador ou seus seguidores pela propagação do vídeo. França negou que sua campanha tenha qualquer ligação com o material.

Deputados tucanos foram mais enérgicos e chegaram a dizer ao UOL que a divulgação massiva do conteúdo seria articulada por apoiadores do candidato do PSB ao governo de São Paulo. Os integrantes da equipe de Márcio França consideram a divulgação do vídeo "lamentável" e tentaram minimizar o caso.

Bronca de Carlos Nascimento

Se as conversas em torno do vídeo ferviam, a participação da plateia durante o debate acabou sendo contida. No encontro desta terça, a plateia de Doria esboçou algumas manifestações nas primeiras falas e foi duramente advertida pelo mediador Carlos Nascimento, que pediu respeito e ameaçou retirar quem atrapalhasse o programa.

O recado funcionou. Durante o debate, apenas alguns participantes cochichavam após as respostas e monitoravam pelo celular a repercussão de notícias sobre o evento. Os convidados tiveram cautela até mesmo para sair do estúdio enquanto o programa estava no ar e evitavam fazer barulho ao caminhar.

"A gente vem e tem que animar isso daqui, pô. Dar uma energia para o que está acontecendo", reclamou ao UOL um apoiador de Doria. Depois da bronca, os únicos momentos em que os presentes esboçaram alguma reação foi quando saiu o resultado do Ibope e durante as considerações finais do tucano.

O resultado da pesquisa Ibope desta terça-feira (23) apontou empate técnico entre Doria (53%) e França (47%), já que a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. O anúncio ocorreu no final do segundo bloco do debate, com os tucanos aplaudindo e gritando "já ganhou, Doria na frente de novo". 

A equipe de França ficou mais contida e não fez comentários. A aposta é de que enquanto houver empate técnico há chances de conquistar o governo, no domingo (28).