Haddad diz que Bolsonaro intimida universidades e fala em virada inédita

Ana Carla Bermúdez e Luiz Alberto Gomes

Do UOL, em Salvador e em São Paulo

  • Reprodução/ Facebook Fernando Haddad

O candidato à Presidência Fernando Haddad (PT) associou nesta sexta-feira (26) seu adversário Jair Bolsonaro (PSL) às recentes ações da Justiça em universidades, chamou as decisões de intimidação e afirmou que professores e professoras não irão se calar até que o deputado federal seja derrotado.

Nesta semana, surgiram diversos relatos de fiscalizações realizadas pela Justiça Eleitoral por suposta propaganda irregular nas instituições. Na UFF (Universidade Federal Fluminense), por exemplo, foi determinada a retirada de uma bandeira com os dizeres "Direito UFF Antifascista".

"Ele não está preparado para governar o Brasil. Ele não tem projeto, ele não conhece o Nordeste. Ele não fala coisa com coisa", afirmou Haddad.

"Quero dizer também a ele que não adianta ele intimidar as universidades públicas, não adianta ele invadir os campi universitários. Nós não vamos nos calar. A educação não vai se calar", disse o candidato, que afirmou ainda que as professoras e professoras do Brasil não vão se calar até que Bolsonaro "e tudo o que ele representa" sejam derrotados.

Haddad, que é professor universitário, ainda fez questão de lembrar a sua profissão e da sua mulher: "Aqui do meu lado está a mulher que eu escolhi pra casar: Ana Estela, professora como eu", disse.

Em um discurso forte, Haddad disse ter "certeza" de que conseguirá uma virada inédita e vencerá Bolsonaro neste domingo (28). O petista afirmou que a virada começou quando Bolsonaro declarou, em um discurso transmitido para seus eleitores na avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo (21), que vai "varrer do mapa os bandidos vermelhos do Brasil".

"A virada começou quando ele falou na Paulista que ia mandar prender opositores, que ia mandar criminalizar o movimento social, que ia considerar terrorismo quem fosse para rua protestar contra o seu governo", disse. "Sabe por que ninguém precisa ficar preocupado com as ameaças dele? Porque ele vai perder. Ele vai perder no domingo. O Brasil vai dar uma resposta à violência, ao desrespeito, ao destrato que ele representa".

Ainda nesta sexta, Haddad participa de atos de campanha em Salvador, ao lado do governador reeleito Rui Costa e do senador Jaques Wagner, ambos do PT. Mais tarde, o candidato participará de uma sabatina realizada por um pool de emissoras públicas na sede da TVE Bahia.

No Twitter, o petista reforçou o discurso e chamou as decisões contra universidades de intimidação, defendeu professores e estudantes e disse que ninguém vai se calar até derrotar Bolsonaro.

"Eu quero dizer que não adianta intimidar as universidades, não adianta invadir os campi universitários. A Educação não vai se calar. Os professores e estudantes não vão se calar até derrotar o soldadinho de araque."

Segundo reportagem do jornal "Folha de S.Pauo", ações que retiraram faixas de protesto contra o fascismo e outras manifestações aconteceram no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraíba e Mato Grosso do Sul. Os oficiais têm apontado suposta propaganda eleitoral irregular pelos atos.

No Pará, PMs chegaram a entrar armados e ameaçar um professor de prisão após uma aluna, filha de um policial, reclamar que ele comentou sobre fake news.

A comunidade acadêmica e as entidades da sociedade civil reagiram contra as ações e estão acusando os órgãos oficiais de censura. A DPU (Defensoria Pública da União) recomendou para reitores que defendam a liberdade de expressão sobre o processo eleitoral.

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