Em MG, Zema diz que não concorda com "posições extremistas" de Bolsonaro
Carlos Eduardo Cherem
Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte
-
João Godinho/Estadão Conteúdo
Após declarar apoio a Jair Bolsonaro (PSL) ainda no primeiro turno e adotar o bordão "Bolsozema" na campanha, o empresário Romeu Zema (Novo), candidato ao governo de Minas Gerais, afirmou neste sábado, 27, que não concorda com algumas posições do militar.
"Sempre fui tolerante. Na minha empresa temos pessoas de todo tipo. Nunca tivemos discriminação com ninguém e parece até que, mesmo que no programa de governo [de Bolsonaro] não tenha [menções intolerantes], ele tem essa imagem", afirmou Zema em entrevista à rádio Itatiaia de Belo Horizonte.
Veja também:
- Joaquim Barbosa cita medo de Bolsonaro e declara voto em Haddad
- Moderando o discurso, Bolsonaro recua de promessas mais polêmicas
- PT usou sistema de WhatsApp; campanha de Bolsonaro apagou registro
"Não concordo muito com a postura dele de considerar determinados tipos de pessoas talvez melhores ou piores. Vai muito nesta questão a minha falta de sintonia. Parecem (posições) um tanto quanto extremistas", afirmou o empresário.
No último domingo, 21, Zema foi vaiado em ato pró-Bolsonaro. Na sequência, o empresário divulgou nas redes sociais um vídeo promovendo o termo "Bolsozema". Na gravação, ele veste uma camisa amarela com a frase em verde: "Meu partido é o Brasil" e repete o lema de Bolsonaro: "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos".
Mas, oficialmente, Zema não recebeu apoio de Bolsonaro no segundo turno. O PSL declarou-se neutro na disputa pelo governo de Minas Gerais, que se dá entre ele e o tucano Antônio Anastasia.
Ainda no primeiro turno, Zema manifestou apoio a Bolsonaro. O diretório nacional do Novo reagiu imediatamente e afirmou que a declaração era "inaceitável" e tratou a iniciativa de Zema como "infidelidade partidária".
Já o tucano Anastasia disse que não declararia apoio a nenhum dos candidatos à Presidência, afirmando que seu voto é "secreto".
Leitura do programa de governo
Apesar de tentar colar-se à imagem de Bolsonaro, Zema disse que "não teve tempo de ler o plano de governo" do militar. Ele explicou, porém, que na esfera econômica, as propostas de Bolsonaro são semelhantes às suas.
"Queremos (Zema e Bolsonaro) um Estado e um governo menor, com mais participação da iniciativa privada", disse.
Pesquisa divulgada na última sexta-feira, 26, pelo Datafolha, da disputa de segundo turno em Minas Gerais aponta Romeu Zema (Novo) com 62% dos votos válidos e, Antônio Anastasia, com 32%.
Receba notícias do UOL. É grátis!
Veja também
- Após virar favorito em MG, Zema falta a debates e muda propostas
- Donos da Localiza doam R$ 1 milhão para campanha de Zema em MG
-
- A um dia da eleição, Bolsonaro defende "obediência à Constituição"
- Vi um amigo compartilhando foto na urna. Como faço para denunciar?
- Liderando trending topics, Bolsonaro e Haddad fazem campanha no Twitter
- Campanha de rua tenta convencer indecisos a não votar em Bolsonaro