TSE acolhe Dodge e reafirma liberdade de expressão nas universidades

Do UOL, em São Paulo

  • Reprodução/Facebook

    Bandeira com mensagem antifascista causou polêmica no Rio

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Em sessão extraordinária realizada na noite deste sábado (27), o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) acolheu uma representação da procuradora-geral eleitoral, Raquel Dodge, e reafirmou a liberdade de expressão e reunião nas universidades, assim como a necessidade de medidas de segurança especiais para os prédios que são usados no pleito deste domingo. 

A investigação foi aberta em resposta às ações da Justiça Eleitoral em universidades de todo o país, apurando se houve excessos nas decisões que coibiram a realização de aulas e manifestações contra o fascismo.

Relator, o ministro Jorge Mussi votou por reafirmar a vigência das regras da Justiça Eleitoral nas universidades públicas e privadas. Todos os votos acompanharam o relator, e a sessão foi encerrada rapidamente. 

TSE vai apurar se houve excessos em ações em universidades, diz Rosa Weber

Mussi reafirmou ainda as regras da Justiça Eleitoral em relação ao pleito, para garantir que, durante a votação, os prédios requisitados tenham assegurada segurança. "Todos os prédios requisitados pela Justiça Eleitoral abandonam sua destinação específica e são afetados para outros interesses públicos, como realização do pleito que garanta ao eleitor todos os meios de segurança para o exercício livre do voto", afirmou ele.

Mais cedo, neste sábado, a ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Carmen Lúcia suspendeu liminarmente, as decisões da Justiça Eleitoral que determinavam a entrada de policiais em universidades públicas e privadas de vários estados. A sentença será submetida ao plenário do STF na sessão da próxima quarta-feira (31). A magistrada também tornou sem efeito os despachos que determinaram o recolhimento de documentos, a coleta irregular de depoimentos e a interrupção de aulas, debates e manifestações de professores e alunos. 

Na sexta-feira, a procuradora Raquel Dodge afirmou ver "indícios claros" de que as ações nas universidades contrariaram o direito à liberdade de expressão. Dodge havia pedido ao Supremo que suspendesse, em caráter liminar (temporário), "todo e qualquer ato que determine ou promova o ingresso de agentes públicos em universidades, o recolhimento de documentos, a interrupção de aulas e debates, a atividade disciplinar docente e discente e a coleta irregular de depoimentos".

A presidente do TSE, ministra Rosa Weber, afirmou que "a legislação eleitoral veda a realização de propaganda em universidades públicas, mas a vedação dirige-se à propaganda eleitoral e não alcança, por certo, a liberdade de manifestação e de expressão, preceitos tão caros à democracia assegurados pela Constituição da República de 1988."

No fim da última semana, diversas ações foram deflagradas ao mesmo tempo em universidades do país todo. No Rio de Janeiro, a Justiça ordenou que a Faculdade de Direito da UFF (Universidade Federal Fluminense) retirasse da fachada uma bandeira com a mensagem "Direito UFF Antifascista".

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