Freixo diz que Ciro "sai pequeno" e derrota é sistêmica, não só da esquerda

Do UOL, em São Paulo

Deputado federal eleito pelo Rio de Janeiro, Marcelo Freixo (PSOL) avaliou o cenário atual da esquerda brasileira após a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) sobre Fernando Haddad (PT). Para ele, a eleição de Bolsonaro representa não somente uma derrota para os partidos desse campo, e sim uma derrota do sistema político atual. Porém, segundo o deputado, a opção por Bolsonaro pode ser classificada como contraditória, já que o novo presidente eleito é uma figura originária da "velha política". 

"Acho que essa é uma derrota sistêmica, mais do que de esquerda. Derrota de que algo novo precisava acontecer, mesmo que se perceba que não é tão novo assim. Bolsonaro fez parte do PP, nada é mais sistêmico. Ele conviveu na mesma sigla partidária do Paulo Maluf sem nunca ter feito uma denúncia de corrupção contra ele. Mas não foi essa narrativa vitoriosa", afirmou.

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Freixo defendeu que a hegemonia do PT "não fez bem ao campo progressista", mas disse discordou da postura adotada por Ciro Gomes, uma das lideranças do campo progressista e candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes. Terceiro presidenciável na contagem de votos do primeiro turno, Ciro optou por não declarar apoio a Haddad no segundo turno. 

"A hora da crítica não era no segundo turno. Nesse sentido eu divirjo muito do Ciro. Acho que o Ciro saiu grande no primeiro turno e pequeno no segundo. Agora é hora dos balanços, de reorganizar o que chamamos de resistência democrática. Não dá para imaginar que o PT será o condutor com a mesma hegemonia que nos trouxe até aqui. Acho que um pouco mais de olho no olho e construção coletiva vão ser necessários", disse.

PT se anulou na autocrítica

Marcelo Freixo definiu que "a vitória do Bolsonaro é um movimento retrógrado, conservador e reacionário", mas disse também que o PT errou por não saber fazer uma autocrítica em relação, por exemplo, às denúncias deflagradas pela Operação Lava Jato. 

"A gente sabe que o Judiciário agiu muitas vezes como partido político. A gente sabe que tem ações autoritárias. A gente sabe o quanto o Sérgio Moro errou no vazamento de áudios que não poderiam vazar. Isso não pode servir como instrumento para se anular completamente na autocrítica em relação aos tempos dos erros do PT", afirmou. 

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