Witzel se diz aberto ao diálogo, mas sem aceitar intolerância da oposição

Luis Kawaguti

Do UOL, no Rio

  • Luis Kawaguti/UOL

    Witzel (PSC) faz selfie com apoiador na Central do Brasil, nesta segunda-feira (29)

    Witzel (PSC) faz selfie com apoiador na Central do Brasil, nesta segunda-feira (29)

O governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), foi alvo de um protesto silencioso no centro do Rio e afirmou estar aberto ao diálogo com opositores para diminuir o clima de fragmentação política da sociedade.

Porém, ele disse que quem governa é a maioria e a oposição tem que expor suas demandas com tolerância: "O nosso governo será um governo aberto ao diálogo", afirmou.

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Witzel visitou a estação de trens Central do Brasil, no centro do Rio, na manhã desta segunda-feira (29) para agradecer o eleitorado pela votação. Após tomar café em uma lanchonete, passou a ser seguido pela imprensa e por um ativista solitário que exibia em silêncio uma réplica de placa de rua com o nome da vereadora Marielle Franco (PSOL), morta em março.

Luis Kawaguti/UOL
29.out.2018 - Ativista solitário exibe em silêncio uma réplica de placa de rua com o nome da vereadora Marielle Franco (PSOL), morta em março

Witzel foi muito criticado durante a campanha eleitoral por ter dividido um palanque eleitoral com dois deputados do PSL que destruíram uma placa similar. Ela simula uma placa de rua com o nome da vereadora e havia sido colocada dias antes sem autorização por ativistas sobre uma placa oficial na Cinelândia, no centro do Rio.

Depois de ser questionado diversas vezes durante a campanha por Paes sobre o episódio da placa, Witzel disse que não sabia que o protesto seria realizado. Inicialmente, disse que o homicídio seria investigado como qualquer outro, mas depois disse que trabalharia para o seu esclarecimento.

"Vamos protestar nas ideias. Em momento algum eu alterei meu tom de voz. Em momento algum eu quis gritar para ser ouvido. Nós precisamos ser ouvidos sem ter que gritar. Agora, quem governa é a maioria e ela tem que ser respeitada", disse o governador eleito.

Durante a campanha porém, Witzel ameaçou dar voz de prisão a Eduardo Paes (DEM) dependendo de suas declarações no debate, mas nunca cumpriu a ameaça. 

Ele também voltou a sinalizar diálogo para seu concorrente Paes.

"No telefonema que eu recebi ontem do candidato derrotado eu falei: 'olha, nós temos pontos de convergência e pontos de divergência. Vamos ver o que é convergente, o que é bom para o Rio de Janeiro e vamos avançar, a maioria governa, a minoria pode expor suas ideias com tolerância'", disse.

Paes havia dito no domingo que não aceitaria qualquer secretaria ou cargo público no governo de Witzel, mas estaria disposto a dar uma consultoria.

Witzel disse ter aceitado uma proposta do governador Luiz Fernando Pezão (MDB), que cedeu um andar no palácio do governo para abrigar sua equipe de transição. O governador eleito disse que o trabalho de transição começará na quarta-feira (31).

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