"Tememos pela vida de Lula" no governo Bolsonaro, diz Gleisi

Bernardo Barbosa

Do UOL, em São Paulo

A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), disse em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (30) em São Paulo temer "pela vida" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

Segundo Gleisi, o discurso feito por Bolsonaro no sábado (28), em que afirmou que Lula iria "apodrecer na cadeia" não tem a ver com o Estado de direito e o devido processo legal. "Nós tememos inclusive pela vida do presidente [Lula]. Nós precisamos deixar um alerta à sociedade. Lula tem direito a um julgamento justo. Não tem ninguém que possa definir o que fazer com ele antes de seu processo ser julgado de forma justa."

Segundo a presidente do partido, o PT quer construir uma "forte solidariedade internacional à causa democrática, passando principalmente pela liberdade de Lula".

Gleisi concedeu entrevista à imprensa após a reunião da direção do PT em São Paulo. Na saída do encontro, uma outra liderança do PT também manifestou preocupação com a situação de Lula em conversa informal com jornalistas.

Segundo o dirigente, será necessário separar o que é "bravata" do que pode ser feito concretamente pelo governo de Bolsonaro, mas a visão do PT é de "nunca subestimar". Para este petista, a maior preocupação no momento não é com eventuais medidas formais do novo governo contra Lula, mas com a "energia que eles liberam" com um discurso avaliado como violento.

Para a senadora, a defesa que o PT faz da liberdade de Lula não impede a formação de uma frente em "defesa da democracia", como segundo ela ocorreu no segundo turno da eleição em torno da candidatura de Fernando Haddad (PT).

"Ninguém é obrigado a apoiar todas as causas que nós apoiamos", disse. "Nós não deixaremos nunca de colocar a bandeira 'Lula livre'."

Lula está preso há quase sete meses na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Ele foi condenado em segunda instância no caso do tríplex, da Operação Lava Jato, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Sua pena é de 12 anos e um mês. A defesa de Lula recorre da decisão nos tribunais superiores e afirma que não há provas dos crimes imputados ao ex-presidente.

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