Bolsonaro deveria ser preso por defender massacre de sem-terra, diz Boulos
Thaís Barcellos
São Paulo
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UOL
Boulos rebateu fala sobre assassinatos em Eldorado dos Carajás, no Pará
O pré-candidato à Presidência da República pelo PSOL, Guilherme Boulos, afirmou, na sua conta oficial no Twitter, que o também presidenciável e deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) deveria estar preso por apologia à violência depois da defesa a policiais presos pela morte de trabalhadores rurais sem-terra em Eldorado dos Carajás (PA), em abril de 1996. Na ocasião, 19 trabalhadores foram assassinados.
"Preso deveria estar Bolsonaro por apologia à violência, em declarações como essa e outras. Irresponsável e criminoso", disse Boulos, que foi líder do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST).
No local onde os sem-terra foram mortos, Bolsonaro disse nesta sexta-feira (13) que quem tinha que estar preso era "o pessoal do MST, gente canalha e vagabunda" e completou que os policiais "reagiram para não morrer".
A frase foi dita por Bolsonaro em frente a troncos de castanheiras queimados que marcam o local exato do massacre. Um grupo de policiais que acompanhava o discurso aplaudiu.
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A passagem de Bolsonaro pelo Pará foi marcada pela crítica à luta da terra. Na noite anterior, em jantar para uma plateia de produtores rurais e policiais, em Marabá, Bolsonaro disse que, se eleito, vai tirar o estado do "cangote" dos ruralistas, "segurar" as multas ambientais e aumentar a repressão a movimentos do campo.
"Não vai ter um canalha de fiscal metendo a caneta em vocês", disse o pré-candidato.