Entrevistas de Bolsonaro levam 4 partidos a ir ao TSE contra TV e rádio

Marianna Holanda

São Paulo

  • Reprodução/Jovem Pan

Na última semana antes do primeiro turno, as campanhas da Rede, do PT, do PSDB e do PSOL entraram com representações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a TV Band e a rádio Jovem Pan por conta das entrevistas de Jair Bolsonaro (PSL) na semana passada.

Os adversários alegam tratamento privilegiado ao deputado federal e pedem que também sejam entrevistados nas emissoras, por igual tempo, ainda nesta semana. As representações foram individuais, mas todas protocoladas no final de semana.

Os pedidos de liminar das campanhas de Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (PSOL) foram negados pelo ministro Sérgio Banhos. Ele alegou liberdade de expressão e princípio do contraditório, mas recebeu a representação e pediu que as emissoras apresentarem suas defesas. Os demais pedidos ainda não foram analisados pelo tribunal.

"A entrevista com Bolsonaro na Bandeirantes foi um escândalo, um comício em horário nobre. Esperamos que, mesmo rejeitando a limitar, a Justiça Eleitoral julgue o mérito da ação do PSOL a tempo e corrija essa injustiça, dando a mesma oportunidade a outros candidatos", disse o presidente do partido, Juliano Medeiros.

Na última segunda-feira e sexta-feira, 24 e 28 de setembro, o presidenciável concedeu entrevistas à rádio Jovem Pan e à TV Band, respectivamente, de 26 minutos e 46 minutos. Nelas, o candidato disse que não "aceitaria" qualquer resultado que não fosse sua eleição.

Essas foram as primeiras entrevistas exclusivas concedidas à rádio e TV pelo deputado federal, desde que recebeu a facada, no hospital Albert Einstein, de onde recebeu alta no último sábado, 30.

As campanhas alegam que o princípio de tratamento igual aos candidatos foi ferido, com base na lei eleitoral nº. 9.504/97, que prevê "encerrado o prazo para a realização das convenções no ano das eleições, é vedado às emissoras de rádio e televisão, em sua programação normal e em seu noticiário, (...) dar tratamento privilegiado a candidato, partido ou coligação".

"Observa-se que, em razão da extensa entrevista realizada com o candidato Jair Messias Bolsonaro, somente com a determinação para que as Representadas disponibilizem igual espaço para realização de entrevista com a candidata à Presidência da República da coligação Representante é capaz de novamente restabelecer a isonomia", diz o texto da campanha de Marina Silva.

O documento do PT compara ainda o tempo de exposição da entrevista com os programas eleitorais de Fernando Haddad (PT). "Seriam necessários quase 30 programas em bloco, ou 5 semanas, para conseguir se apresentar ao público pelo mesmo período".

As representações do PSDB e do PSOL entraram apenas contra a entrevista concedida à Band. As emissoras foram procuradas para comentar as representações, mas não se manifestaram até a publicação desta reportagem.

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos