Quem são os candidatos que ainda estão na disputa pelos governos estaduais?

  • Adriana Spaca/Framephoto/Estadão Conteúdo

    Márcio França e João Doria disputam o segundo turno em São Paulo

    Márcio França e João Doria disputam o segundo turno em São Paulo

Neste domingo, a maioria dos eleitores brasileiros terá de votar não apenas para eleger um novo presidente, mas também escolher seu governador. A eleição para o cargo não foi definida no primeiro turno em 13 Estados e no Distrito Federal - entre eles, os três maiores colégios eleitorais do país: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro - e, agora, os dois candidatos com o melhor desempenho em 7 de outubro seguem na disputa.

Ao todo, 92,4 milhões de eleitores, ou 62,75% do total, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), decidirão nas urnas o 2º turno dos governos estaduais.

Saiba a seguir onde isso ocorrerá e quem são os candidatos.

Amapá

O atual governador, Waldez Góes (PDT), tenta se reeleger na disputa contra o ex-governador João Capiberibe (PSB). Góes chegou à frente no primeiro turno com 33,55% dos votos válidos. Capiberibe teve 30,10%.

Os votos recebidos por Capiberibe chegaram a ser considerados nulos no dia da eleição após o Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP) indeferir os registros de todos os candidatos do PT no Estado por falta de prestação de contas de seu diretório regional em 2015.

O PT fez uma coligação no Estado com o PSB de Capiberibe e havia indicado Marcos Roberto para vice na chapa. Após um recurso, o TSE validou a candidatura de Capiberibe, por entender que ele não havia cometido irregularidades, e condicionou sua participação no segundo turno à troca do vice - posto agora ocupado por Andreia Tolentino (PSB).

Góes, de 57 anos, foi deputado estadual pelo Amapá entre 1995 e 1999. Em 1996, concorreu à Prefeitura de Macapá, mas foi derrotado por Annibal Barcellos (PFL, sigla que deu lugar ao DEM). Tornou-se governador em 2002 e conseguiu um segundo mandato na eleição seguinte. Ele deixou o cargo em 2010 para concorrer a uma vaga ao Senado, mas não se elegeu.

Capiberibe, de 71 anos, foi prefeito de Macapá (1989-1992) e governador do Estado por dois mandatos seguidos (1995-2002). Renunciou ao cargo para concorrer ao Senado e se elegeu, mas teve o mandato cassado dois anos depois por compra de votos. Voltou ao Senado em 2011, cargo que ocupa até hoje.

Esta não é a primeira vez que os dois se enfrentam em uma eleição para o governo do Estado. Em 1998, Capiberibe, então governador, se reelegeu. Em 2006, foi a vez de Góes se reeleger.

Amazonas

Wilson Lima (PSC) e o atual governador Amazonino Mendes (PDT) disputam o segundo turno no Estado. O resultado do primeiro turno foi bastante apertado: Lima teve 33,73% dos votos válidos, e Mendes, 32,74%.

Lima, de 42 anos, é jornalista. Era apresentador da TV A Crítica, afiliada da Record, onde comandava o programa Alô Amazonas. Filiou-se ao PSC em março deste ano ano, após se desfiliar do PR em 2017, e concorre ao cargo de governador pela primeira vez. Nunca teve um mandato político.

Mendes, de 78 anos, tenta sua reeleição. Ele governa o Estado desde o ano passado, quando foi realizada uma eleição suplementar por conta da cassação do governador eleito em 2014, José Melo (PROS), e do seu vice, Henrique Oliveira (SD), por compra de votos.

Já foi senador pelo Amazonas (1991-1992), três vezes prefeito de Manaus (1983-1986, 1993-1994 e 2009-2012), e eleito governador do Estado três vezes (1987-1990, 1995-1998 e 1999-2002) antes do atual mandato.

Distrito Federal

O segundo turno é travado entre Ibaneis Rocha (MDB) e o atual governador Rodrigo Rollemberg (PSB). Rocha terminou o primeiro turno com uma ampla vantagem sobre seu adversário ao obter 41,97% dos votos válidos, enquanto Rollemberg teve 13,94%.

Ibaneis, de 47 anos, é advogado e foi, entre 2013 e 2015, presidente da OAB-DF, onde atualmente é diretor do conselho federal e corregedor-geral da entidade. Filiou-se ao MDB no ano passado e concorre pela primeira vez a um cargo público.

Rollemberg, de 59 anos, é formado em História e foi deputado distrital por duas legislaturas (1995-1996 e 1999-2002), deputado federal (2007-2010) e senador (2011-2014). Em 2002, disputou o governo do Distrito Federal e ficou em quarto. Elegeu-se governador em 2014 no segundo turno, com 55,56% dos votos válidos.

Mato Grosso do Sul

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) tenta sua reeleição contra Odilon de Oliveira (PDT). Azambuja terminou o primeiro turno à frente, com 44,61% dos votos válidos, enquanto Oliveira teve 31,62%.
Azambuja, de 55 anos, é agropecuarista. Foi prefeito de Maracaju por dois mandatos seguidos (1997-2004). Em 2006, foi eleito deputado estadual e, em 2010, deputado federal. Elegeu-se governador no segundo turno em 2014, com 55,34% dos votos - foi a primeira vez que o PSDB assumiu o governo do Estado.

Oliveira, de 69 anos, é juiz federal aposentado e atuou na área criminal entre 1987 e 2017, ganhando fama por ter condenado integrantes do crime organizado e do narcotráfico, entre eles Fernandinho Beira-Mar. Filiou-se ao PDT no ano passado para disputar sua primeira eleição.

Minas Gerais

A disputa para governador do segundo maior colégio eleitoral do país será decidida entre Romeu Zema (Novo) e Antonio Anastasia (PSDB). Zema avançou em primeiro, com 42,73% dos votos válidos, enquanto Anastasia teve 29,06%.

Zema, de 53 anos, é empresário, dono do Grupo Zema, que atua no varejo, distribuição de combustíveis, concessionárias, locadoras de veículos e no setor de autopeças. Ele foi o único candidato a governador do Novo a ter êxito nas urnas. Zema afastou-se das atividades de sua companhia para disputar sua primeira eleição.

Anastasia, de 57 anos, é formado em Direito e fez carreira na administração pública. Foi eleito vice-governador de Minas Gerais na chapa com Aécio Neves (PSDB) em 2006 e tornou-se governador em 2010, quando o tucano renunciou para concorrer ao Senado. Foi reeleito e ficou no cargo até abril de 2014, quando se candidatou - com sucesso - ao Senado.

Pará

Helder Barbalho (MDB) e Marcio Miranda (DEM) disputam o segundo turno no Estado. Barbalho chegou perto de se eleger no primeiro turno, com 47,69% dos votos válidos, enquanto Miranda teve 30,21%.
Barbalho, de 39 anos, é filho do senador Jader Barbalho. Formado em Administração, foi vereador em Ananindeua (2001-2002) e deputado estadual (2003-2004). Em 2005, tornou-se prefeito de Ananindeua aos 25 anos e foi reeleito. Foi ministro da Pesca e Aquicultura, ministro-chefe da Secretaria de Nacional dos Portos e ministro da Integração Nacional. É a segunda vez que disputa o governo do Estado - em 2014, foi derrotado no segundo turno pelo atual governador, Simão Jatene (PSDB).

Miranda, de 61 anos, é médico e deputado estadual desde 2003, cargo que ocupa há quatro mandatos consecutivos - em 2012, ficou em segundo lugar na eleição para a Prefeitura de Castanhal, derrotado por Paulo Titan (MDB). É atualmente presidente da Assembleia Legislativa do Pará e tem o apoio de Jatene.

Rio de Janeiro

Wilson Witzel (PSC) e Eduardo Paes (DEM) disputam o segundo turno no terceiro maior colégio eleitoral do país. Witzel ficou em primeiro em 7 de outubro, com 41,28% dos votos válidos. Paes teve a segunda maior votação, com 19,56%.

Witzel, de 50 anos, nunca teve um mandato político. É fuzileiro naval reformado e foi juiz federal nas áreas criminal e civil por 17 anos, no Espírito Santo e no Rio de Janeiro. Ele deixou a magistratura em março deste ano e se filiou ao PSC. Esta é a primeira eleição da qual participa.

Paes, de 49 anos, é formado em Direito e começou cedo na política. Foi eleito vereador do Rio de Janeiro aos 27 anos e ficou cargo por só um ano. Foi eleito deputado federal por dois mandatos seguidos (1999-2006) e prefeito do Rio em 2008. Reelegeu-se no primeiro turno quatro anos depois, com 64,60% dos votos.

Neste ano, migrou do MDB, do atual governador, Luiz Fernando Pezão, e do ex-governador Sérgio Cabral, hoje preso por crimes de corrupção, para o DEM para disputar pela segunda vez o cargo de governador - na primeira, em 2006, teve pouco mais de 5% dos votos.

Rio Grande do Norte

A senadora Fátima Bezerra (PDT) avançou para o segundo turno em primeiro lugar, com 46,17% dos votos válidos, e terá como adversário Carlos Eduardo Alves (PDT), que obteve 32,45%.
Bezerra, pedagoga de 63 anos, é a única petista e a única mulher ainda na disputa por um governo estadual. Filiada ao partido desde 1981, foi deputada estadual por dois mandatos seguidos (1995-1998 e 1999-2002).

Tornou-se deputada federal em 2003 e se reelegeu por duas vezes, até assumir como senadora em 2015. Por quatro vezes, disputou a Prefeitura de Natal, sem vencer.

Alves, de 59 anos, é formado em Direito. Elegeu-se deputado estadual em 1986 e permaneceu no cargo por quatro legislaturas. Em 2000, tornou-se vice-prefeito de Natal e assumiu a prefeitura dois anos depois quando Wilma Faria (então filiada ao PSB, hoje no PTdoB) renunciou para disputar - e vencer - a eleição para governador.

Reelegeu-se em 2004. Voltou à prefeitura em 2013 e permaneceu por dois mandatos, até abril deste ano, quando renunciou para disputar o governo. Esta é segunda vez que se candidata ao cargo - a primeira foi em 2010, quando ficou em terceiro lugar, com 10,37% dos votos.

Rio Grande do Sul

Os resultados de 7 de outubro levaram Eduardo Leite (PSDB) e o atual governador, José Ivo Sartori (MDB), para o segundo turno. Leite avançou em primeiro, com 35,90% dos votos válidos, mas uma pequena margem em relação ao seu adversário - Sartori recebeu 31,11%.

Formado em Direito, Leite, de 33 anos, é o mais jovem candidato a governador no segundo turno. Disputou sua primeira eleição aos 19 anos, quando se candidatou a vereador em Pelotas, e não se elegeu. Conquistaria o cargo na eleição seguinte. Em 2010, não se elegeu deputado federal.

Dois anos depois, venceu a disputa para a Prefeitura de Pelotas e exerceu seu mandato até 2016. Não tentou a reeleição, apoiando sua vice, Paula Mascarenhas, hoje prefeita da cidade. Leite é desde o ano passado presidente estadual do seu partido.

Sartori, de 70 anos, formou-se em Filosofia e foi professor antes de começar sua carreira política em 1977 como vereador em Caxias do Sul, já pelo MDB. Em 1983, tornou-se deputado estadual e se reelegeu quatro vezes consecutivas. Depois, tornou-se deputado federal (2003-2004).

Em 2005, após duas tentativas de ser prefeito de Caxias do Sul, em 1992 e 2000, conseguiu se eleger - e foi reeleito em 2008. Tornou-se governador em 2014 ao derrotar Tarso Genro (PT), então ocupante do cargo, no segundo turno com 61,21% dos votos válidos.

Rondônia

Expedito Junior (PSDB) recebeu 31,59% dos votos válidos no primeiro turno e disputará o segundo com Coronel Marcos Rocha (PSL), que teve 23,99%.

Junior, de 55 anos, é professor e começou na política ainda jovem, quando se elegeu vereador de Rolim de Moura (1984-1986) aos 21 anos. Foi deputado federal por três vezes (1987, 1995-1998 e 1999-2003). Em 2002, disputou uma vaga ao Senado, mas não se elegeu. Em 2006, tornou-se senador pelo PPS, mas migrou para o PR logo em seguida. Teve seu mandato cassado pelo Supremo Tribunal Federal em 2009 por compra de votos e abuso de poder econômico. No mesmo ano, refiliou-se ao PSDB. Em 2014, disputou o cargo de governador e foi derrotado pelo então governador Confúcio Moura (MDB). Há sete anos, é presidente estadual do PSDB em Rondônia.

Rocha, de 50 anos, é formado em Administração e policial militar reformado. É o atual presidente estadual do PSL. Dirigiu uma escola militar na capital, Porto Velho, e foi secretário municipal de educação da cidade. Assumiu como secretário estadual de Justiça em 2014 e deixou o cargo para disputar sua primeira eleição.

Roraima

O segundo turno no Estado, que é o menor colégio eleitoral do país, está sendo travado entre Antonio Denarium (PSL) e José de Anchieta (PSDB). Denarium chegou em primeiro lugar no primeiro turno com 42,27% dos votos válidos, enquanto Anchieta obteve 38,78%.

Denarium, de 54 anos, é empresário, atuando principalmente no setor agropecuário. Nunca ocupou cargos públicos. Filiou-se ao PSL neste ano para disputar sua primeira eleição e assumiu a presidência estadual da legenda pouco depois.

Anchieta, de 53 anos, é engenheiro. Foi eleito vice-governador do Estado em 2006 e assumiu no ano seguinte quando o governador Ottomar Pinto morreu. Reelegeu-se em 2010 e chegou a ter seu mandato cassado pelo TRE-RR no ano seguinte sob a acusação de ter usado uma rádio do governo para fazer campanha, mas reverteu a decisão no TSE, que concluiu que o então governador não foi responsável pelo que foi veiculado.

Ainda em 2011, seu mandato foi cassado uma segunda vez pelo TRE-RR por gastos irregulares com despesas pessoais e pagamento de colaboradores de sua campanha, mas obteve uma liminar do TSE para permanecer no cargo.

Renunciou ao governo estudual em 2014 para disputar uma vaga ao Senado, sem sucesso - seu sucessor, Chico Rodrigues (PSB), teve o mandato cassado pelo TRE-RR no mesmo ano, por arrecadação e gastos ilícitos na campanha. Anchieta foi excluído do processo por já ter renunciado ao cargo à época do julgamento.

Santa Catarina

Gelson Merisio (PSD) e Carlos Moisés da Silva (PSL) disputam o segundo turno. Merisio avançou em primeiro lugar, com 31,12% dos votos válidos, enquanto Silva teve 29,72%.

Merisio, de 52 anos, é administrador de empresas. Aos 22, foi eleito vereador de Xanxerê. Tornou-se deputado estadual em 2006. Foi reeleito para as duas legislaturas seguintes - em ambas as ocasiões, como o mais votado. É o atual presidente estadual do PSD em Santa Catarina.

Mais conhecido como Comandante Moisés, o candidato do PSL tem 51 anos e fez carreira como bombeiro militar - hoje, é coronel da reserva. Filiou-se ao PSL neste ano e disputa sua primeira eleição.

São Paulo

Esta será a primeira vez em 16 anos que haverá segundo turno para governador no maior colégio eleitoral do país, que tem 33 milhões de eleitores. O último foi em 2002, entre Geraldo Alckmin (PSDB) e José Genoíno (PT), com a vitória de Alckmin. João Doria (PSDB) teve 31,77% dos votos válidos no primeiro turno e disputa com o atual governador Márcio França (PSB), que obteve 21,53%.

Doria, de 60 anos, era prefeito de São Paulo até abril deste ano, quando deixou o cargo após 15 meses de mandato para concorrer pela primeira vez ao Executivo paulista. A eleição na capital foi a primeira da sua carreira - ele havia atuado só como empresário e jornalista até então, e se licenciou do Grupo Doria para entrar na política.

França, de 55 anos, foi eleito vice-governador em 2014 e assumiu o governo quando Geraldo Alckmin (PSDB) se afastou para disputar a Presidência. Ele fez sua carreira política em São Vicente, no litoral do Estado, onde se elegeu vereador (1989-1996) e prefeito (1997-2004), em ambos por dois mandatos seguidos. Também já foi deputado federal (2007-2010).

Sergipe

O atual governador, Belivaldo Chagas (PSD), e Antônio Carlos Valadares Filho (PSB) disputam o segundo turno no Estado. No primeiro, Chagas ficou à frente, com 40,84% dos votos válidos. Filho teve 21,49%.
Chagas, de 58 anos, é defensor público aposentado. Foi deputado estadual por quatro legislaturas consecutivas (1990-2006). Foi eleito vice-governador em 2006, na chapa com Marcelo Déda (PT), e em 2014, na chapa de Jackson Barreto (MDB). Assumiu o governo em abril deste ano quando Barreto renunciou para se candidatar ao Senado - ele ficou em quarto e não se elegeu.

Filho, de 38 anos, é formado em administração e presidente estadual do PSB. Elegeu-se deputado federal em 2006 e exerce o cargo há três mandatos consecutivos. Disputou a Prefeitura de Aracaju em 2012 - quando foi derrotado por João Alves Filho (DEM) no primeiro turno - e em 2016 - perdeu no segundo turno para Edvaldo Nogueira (PCdoB).

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