ESCÂNDALOS NO CONGRESSO

6. Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) usou dinheiro da Câmara para comprar notícias favoráveis

 

Data da divulgação
11.fev.2012

O escândalo
O deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP) usou parte da sua verba de gabinete para "comprar reportagens favoráveis a ele produzidas por dois sites de notícias do seu Estado, a Paraíba", noticiou a "Folha de S.Paulo" em 11.fev.2012. Ribeiro foi nomeado ministro das Cidades pela presidente Dilma Rousseff e assumiu o cargo em 6.fev.2012.

Segundo a reportagem, Ribeiro pagou R$ 1,5 mil mensalmente, de set.2011 a jan.2012, ao site "PB Agora". "Os valores foram reembolsados por meio de uma das rubricas da cota parlamentar, denominada "divulgação do mandato"", disse o texto.

Em dez.2011, o político também pagou R$ 2 mil para uma agência de publicidade que mantém outro site de notícias na Paraíba, o "24 Horas PB", afirmou a "Folha".

"Nos últimos meses, os dois sites produziram dezenas de matérias em tom laudatório sobre Ribeiro, especialmente quando o nome dele passou a ser cogitado para o ministério", relatou o jornal.

Segundo o texto, o "PB Agora" produziu reportagens para rebater notícias desfavoráveis ao ministro publicadas na imprensa. Em Brasília, o site acompanhou a posse de Ribeiro no Ministério das Cidades: "Novo ministro garante que dará show na condução da pasta".

"Também é comum encontrar notas no site assinadas pela própria assessoria de imprensa do ministro, pelo gabinete da irmã dele, a deputada estadual Danielle Ribeiro (PP), e por seu partido", observou a reportagem.

O jornal afirmou que o pagamento à imprensa regional para comprar reportagens é prática recorrente entre deputados. A maioria dos parlamentares diz não considerar esse tipo de pagamento irregular.

"O Ato da Mesa Diretora da Câmara que regulamentou a "cota para atividade parlamentar", de 2009, não define regras claras para esses gastos. É vetado apenas o uso dos recursos nos 180 dias que antecedem as eleições", publicou a "Folha".

Outro lado
A "Folha" publicou em 11.fev.2012 que Aguinaldo Ribeiro, por meio de sua assessoria, disse que os sites "foram responsáveis pela divulgação da atuação parlamentar, inclusive de seus projetos na Câmara".

O diretor do site "PB Agora", Fábio Targino, disse, segundo publicado pela "Folha": "Prestamos serviços ao deputado na divulgação das ações parlamentar, devidamente comprovados e com notas fiscais".

"Temos em nossa carteira de clientes empresas privadas e públicas, como também parlamentares das três esferas, dos mais diversos partidos políticos", disse Targino. Segundo ele, o site tem como fonte de receita divulgações de releases e informativos, cobertura de eventos e publicação de banner, escreveu a "Folha".

A reportagem afirmou que procurou o responsável pelo "24 Horas PB", Victor Mara Neves, mas ele não respondeu ao contato.

O que aconteceu?
Nada.

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