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De eleições a crise econômica: 12 questões para o eventual governo Temer

Adriano Machado/Reuters
Imagem: Adriano Machado/Reuters

Do UOL, em São Paulo

03/05/2016 12h00

A continuidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff está marcada para ser votada pelo Senado em 11 de maio. Caso seja aprovada, a petista será provisoriamente afastada do cargo, dando lugar ao vice-presidente, Michel Temer.

Posteriormente, se for permanentemente afastada, Temer presidirá o Brasil até 2018.

Caso se confirme tal cenário, o que espera Temer no Palácio do Planalto? Quais serão as missões do presidente que pode suceder Dilma em meio a uma crise econômica e política? O UOL aponta 12 questões a seguir.

As questões da eventual Presidência de Temer

  • Lucas Lacaz Ruiz/Estadão Conteúdo

    Novas eleições

    Se Michel Temer assumir de fato a Presidência, assume com elevados índices de rejeição, segundo o Datafolha. O atual vice-presidente já disse ser contrário a novas eleições e classificou a proposta de "golpe". Segundo ele, se isso ocorresse nos Estados Unidos, "as pessoas ficariam coradas" de vergonha. "Eu sinto que essa tese perdeu um pouco de substância nos últimos tempos", afirmou, em entrevista ao SBT. Leia mais

  • Pedro Ladeira/Folhapress

    Fim da reeleição

    Temer defende o fim da reeleição a partir de 2018 - "sem dúvida", nas palavras dele. Segundo a "Folha de S. Paulo", a declaração é um aceno público para que o PSDB faça parte de seu eventual governo. Segundo Temer, o fim da reeleição daria maior liberdade a ele para uma ação governamental, ou seja, para a aprovação de reformas estruturais, como a previdenciária e política. Leia mais

  • Rahel Patrasso/Xinhua

    Operação Lava Jato

    Citado na Lava Jato e aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é réu no Supremo, Temer tem recebido acusações de que irá interferir nas investigações. O vice-presidente, porém, assegura que seu eventual governo não terá "nenhuma interferência" nas investigações. "Eu pretendo reinstitucionalizar o país, porque nós perdemos um pouco a institucionalidade do nosso país. O Executivo fará o seu papel, o Legislativo fará o seu papel, o Judiciário e o Ministério Público farão os seus papéis." Leia mais

  • AFP

    Bancada da bala

    A chamada "bancada da bala" espera que Temer abra espaço em sua agenda para discutir a flexibilização do Estatuto do Desarmamento. "Sabemos que na Casa [Câmara] passa, mas a presidente [Dilma] veta. Precisamos conversar mais com Michel para ter a possibilidade de fazer uma pauta positiva", diz o deputado Alberto Fraga (DEM-DF), coordenador da Frente Parlamentar da Segurança Pública na Câmara dos Deputados e policial militar reformado. Leia mais

  • Raniery Soares/Futura Press/Estadão Conteúdo

    Reforma agrária

    O deputado Marcos Montes (PSD-MG), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), disse que pedirá para que Temer proponha mudança na Constituição de forma a permitir que o Exército atue na repressão de movimentos sociais do campo. O vice, porém, não se manisfestou a respeito. Já o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), coordenador institucional da FPA, quer que Temer foque sua gestão no agronegócio. A bancada quer que o peemedebista "feche as torneiras" para os programas de interesse do MST. Leia mais

  • Ricardo Botelho/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo

    Pautas da bancada evangélica

    Na quarta-feira (27), Temer se encontrou com o pastor Silas Malafaia (foto), crítico do governo Dilma e ligado à igreja Assembleia de Deus. A bancada evangélica deve ganhar terreno em um eventual governo Temer. "Ele tem que entender que não é só interlocução com os líderes partidários que adianta", afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), tesoureiro da Frente Parlamentar Evangélica. O PRB, ligado à Igreja Universal, pode ganhar o Ministério da Ciência e Tecnologia.

    Leia mais

  • Ed Ferreira/Folhapress,

    Previdência Social

    Parte considerável do rombo do orçamento do governo é de responsabilidade da Previdência Social. Para aumentar a arrecadação e diminuir as despesas, Temer já cogitou alterar a idade mínima para a aposentadoria, segundo a colunista da "Folha de S.Paulo" Mônica Bergamo. De acordo com reportagem de "O Globo", homens e mulheres só poderiam requerer o benefício aos 65 anos. A reforma, a cargo de Roberto Brant (ex-ministro de FHC), pode desatrelar do salário mínimo os ajustes de aposentadorias e pensões dos aumentos, ainda segundo o jornal. Leia mais

  • Bruno Domingos/Reuters

    Endividamento público

    A dívida pública, contraída pelo Tesouro Nacional para financiar o deficit orçamentário do governo, alcançou R$ 3,927 trilhões no fim de 2015. Este valor equivale a 66,2% do PIB brasileiro. Como tapar este buraco? A ideia é desvincular benefícios --incluindo os da Previdência-- dos reajustes concedidos ao salário mínimo e acabar com as vinculações constitucionais, como gastos obrigatórios com saúde e educação, que engessam o Orçamento federal. Leia mais

  • Lucas Lacaz Ruiz/Folhapress

    Reformas e crescimento econômico

    Com a economia em recessão, Temer sabe que precisa adotar medidas para retomar o crescimento. Para alguns economistas, chegou a hora de reformas fiscais e trabalhistas. Os empresários esperam uma CLT mais flexível, ampliando a terceirização e facilitando acordos fechados entre patrões e empregados sem interferência sindical. Temer também estuda acelerar privatizações. Para o vice, a confiança dos investidores voltaria com a saída da equipe de Dilma e a instalação dos novos nomes indicados pelo vice-presidente. A mudança na percepção do mercado favoreceria o aumento da participação da iniciativa privada na execução dos projetos de infraestrutura. Leia mais

  • Edson Silva - 2011/Folhapress

    Programas sociais

    Temer já classificou como "mentira rasteira" as notícias de que ele cortaria programas sociais dos governos Lula e Dilma -casos de Bolsa Família, Prouni e Minha Casa, Minha Vida. Entretanto, o programa governamental "Ponte para o futuro", elaborado pelo próprio vice-presidente, prevê um pente fino nos programas, para avaliar quais estão atendendo os objetivos iniciais, e o foco nos 5% mais pobres. "Não vou mexer em nada disso, ao contrário", comprometeu-se. "Enquanto o país tiver muitos pobres, e lamentavelmente ainda tem, nós temos que manter o Bolsa Família", disse Temer. Leia mais

  • Divulgação

    Impostos: Quem paga o pato?

    Inicialmente, o grupo que apoia Temer quer desvincular benefícios --incluindo os da Previdência-- dos reajustes concedidos ao salário mínimo, segundo reportagem de "O Estado de S. Paulo". O motivo? Evitar o aumento de impostos. Sem reajustar a aposentadoria, dá para pagar menos, evitando mudanças nos critérios de arrecadação. Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e um dos aliados de Temer, assegura que "ele não é a favor do aumento de impostos". Já o deputado Paulinho da Força (SD-SP) propõe a Temer a taxação de grandes fortunas. Leia mais

  • Kleiton Amorim/UOL

    Sistema de partidos

    Michel Temer fala em mesclar ministérios para diminuir o gasto com as pastas, mas também precisará lidar com o sistema de partidos do Brasil. O país tem 35 siglas registradas, aumentando a barganha no Congresso. As atuais 32 pastas vão cair para algo na faixa de 15 a 25. Dado o apetite dos aliados por cargos, está mais para 25 do que para 15, segundo o Blog do Fernando Rodrigues. Leia mais