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Políticos que agrediram mulheres: quem são e o que aconteceu com eles

Do UOL, no Rio

19/11/2015 06h00

O secretário de coordenação de governo da Prefeitura do Rio de Janeiro, Pedro Paulo (PMDB), é o protagonista do mais recente caso de agressão a mulheres envolvendo políticos no Brasil. Pedro Paulo é o candidato mais cotado para disputar as próximas eleições municipais na cidade pelo PMDB.

As agressões de Pedro Paulo a sua ex-mulher, Alexandra Marcondes, aconteceram em pelo menos duas ocasiões. A primeira delas teria sido em dezembro de 2008, quando o secretário espancou Alexandra com socos no rosto e no corpo, conforme o registro de ocorrência 6304/2008, lavrado na 43ª Delegacia de Polícia, na cidade de São Paulo.

Já em fevereiro de 2010, quando ela teria descoberto uma traição do secretário, Alexandra contou em depoimento à polícia que Pedro Paulo a agrediu com socos, chutes e quebrou um de seus dentes. Há um laudo do IML (Instituto Médico Legal) comprovando os ferimentos.

Apesar dos escândalos, o PMDB afirma que "não cogita outro nome para a sucessão do prefeito Eduardo Paes que não seja o do secretário Pedro Paulo". Paes, maior defensor da candidatura, também afirma que o secretário "já fez os "esclarecimentos necessários": "O secretário Pedro Paulo já fez as explicações de um assunto familiar. Deve ser muito difícil na vida pública ter que fazer explicações familiares, de assuntos de suas relações pessoais de maneira pública. Imagino a dificuldade pessoal dele de lidar com essa questão dessa maneira."

Pedro Paulo não é o primeiro político a se envolver em caso de agressão a mulheres. O UOL levantou alguns episódios ocorridos nos últimos anos e mostra quem são eles e qual foi o desfecho dos casos.

  • Leandro Martins/Futura Press

    Netinho de Paula, ex-vereador em São Paulo

    O cantor e ex-vereador Netinho de Paula (PC do B-SP) já teve publicamente expostos dois casos de agressão a mulheres. O primeiro deles foi em 2001, quando deu uma "chave de braço" em uma funcionária da extinta Vasp. Por esse crime, ele foi condenado a pagar R$ 80 mil à vítima. Quatro anos mais tarde, Netinho voltaria à esfera judicial após o espacamento da mulher. Os dois, no entanto, fecharam um acordo extra-judicial e encerraram o processo um mês depois. Em 2008, Netinho foi eleito vereador pela cidade de São Paulo com mais de 84 mil votos, sendo reeleito quatro anos depois, com 50 mil votos. Sobre a agressão, Netinho se diz arrependido. "Como homem, eu errei, porque eu devia ter tido sangue frio, virado as costas e ido embora para casa", acrescentou durante participação no "Domingo Show", da TV Record. "Acho que não tem pessoa no Brasil, que agrediu uma mulher, e que tenha sido mais exposto do que eu. Foi um ato covarde, errôneo. Eu pedi perdão a todas as mulheres brasileiras." Netinho foi cassado na última terça-feira (17) por infidelidade partidária. Leia mais

  • Severino Silva/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

    Pedro Paulo, secretário de governo da Prefeitura do Rio

    O secretário da prefeitura do Rio, Pedro Paulo (PMDB), disputa com Eduardo Cunha (PMDB) a indignação das mulheres nos protestos feministas na capital fluminense. Ele é acusado de agredir por duas vezes a ex-mulher --quando ainda eram casados. As agressões relatadas à polícia em 2008 e 2010 são pesadas: chutes e socos que deixaram Alexandra Marcondes com hematomas e um dente quebrado. Por ser deputado federal licenciado, Pedro Paulo só pode ser julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal). A Procuradoria-Geral da República recebeu apenas neste mês documentos sobre a agressão de 2010. Segundo o secretário, os casos foram pontuais e não afetam sua disposição de disputar a Prefeitura do Rio em 2016: "Quem não tem uma briga dentro de casa?"

  • Kirrarinha, ex-vereador em Pontes e Lacerda (MT)

    O ex-vereador de Pontes e Lacerda (MT) Lourivaldo Rodrigues de Morais (DEM), conhecido como Kirrarinha, ficou irritado com uma pergunta e agrediu a jornalista Márcia Pache com um tapa no rosto que a derrubou no chão em 2010. A agressão aconteceu em frente às câmeras, e ele foi condenado em 2011 a um ano de prisão em regime aberto. Ele teve o mandato cassado pela Câmara Municipal dois meses antes da condenação. Atualmente, Kirrarinha é o presidente do diretório municipal do DEM na cidade e tem planos de disputar a prefeitura em 2016. "Eu só revidei. A agressão partiu dela, que me chamou de bandido. Existem várias formas de agressão", afirmou, ao ser questionado pelo UOL sobre o motivo do tapa. "Uma agressão verbal desequilibra qualquer pessoa." Leia mais

  • Roberto Moreyra/Ag. O Globo

    Samuquinha, ex-deputado estadual no Rio

    O ex-deputado estadual pelo PR no Rio de Janeiro Samuel Correa da Rocha Júnior, o Samuquinha, responde atualmente a um processo na Justiça comum por lesão corporal contra a advogada Christine Calixto. Ela conta que foi espancada com requintes de crueldade em outubro de 2012, durante um encontro romântico no Iate Clube Jardim Guanabara, na Ilha do Governador, sendo atingida inclusive por uma garrafa de vodka. Na versão de Samuquinha, a acusação da suposta amante teria sido motivada por questões de natureza política, e os dois sequer se conhecem. Ele chegou a tentar se reeleger deputado em 2014, mas teve a candidatura indeferida. Leia mais

  • Reprodução/Facebook

    Moisés da Bia, vereador em Serrana (SP)

    O vereador de Serrana (SP) Moisés Cristiano dos Santos (PT), conhecido como Moisés da Bia, foi parar na delegacia após uma briga com a mulher em abril desde ano: ela chegou com os olhos roxos e ele dizendo que havia sido mordido e arranhado. Moisés foi liberado após pagar uma fiança de R$ 1.500. Até hoje, nenhum dos dois foi chamado para depor. "A gente tocou adiante, nunca fomos notificados por nada", contou Moisés ao UOL, ressaltando que o casal fez as pazes e continua junto até hoje. "Todo mundo sabe a verdade, o que realmente aconteceu. Foi uma briga. Os olhos dela ficaram machucados, mas foi só isso. Não teve espancamento, como foi dito." O caso não chegou a ser abordado na Câmara Municipal.