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Triste com morte de Alencar, suposta filha diz estar "magoada" por não ter sido reconhecida

Rosemary de Morais, suposta filha de José Alencar que vive em Caratinga (MG) - 23.jul.2010 - Marlene Bergamo/Folhapress
Rosemary de Morais, suposta filha de José Alencar que vive em Caratinga (MG) Imagem: 23.jul.2010 - Marlene Bergamo/Folhapress

Rayder Bragon <br>Especial para o UOL Notícias <br>Em Belo Horizonte

30/03/2011 11h50Atualizada em 30/03/2011 14h44

A professora aposentada Rosemary de Morais, 55 anos, que pleiteia na Justiça ser reconhecida como filha do ex-vice-presidente da República José Alencar, morto ontem em São Paulo, revelou sentir-se “magoada” por não ter conseguido resolver a questão da paternidade com ele ainda em vida. Ela concedeu rápida entrevista por telefone à reportagem do UOL Notícias, em Caratinga (região do Rio Doce,  a 315 quilômetros de Belo Horizonte), município onde reside.

“Fiquei muito sentida e magoada por não ter resolvido o caso com ele em vida, do jeito que eu queria. Não tive a oportunidade de conversar com ele pessoalmente’, explicou Rosemary.

Rosemary adiantou que deverá comparecer ao velório do ex-vice-presidente, marcado para ocorrer nesta quinta-feira (31) em Belo Horizonte, no Palácio da Liberdade, ex-sede do governo de Minas Gerais.  

No entanto, a suposta filha de José Alencar demonstrou tristeza com a notícia da morte de José Alencar.

“Eu sinto muito pelo que ocorreu (morte de José Alencar). Mas vou agora aguardar o que poderá ocorrer”, resumiu a aposentada, que disse ter tomado ciência do óbito dele pela televisão.

Ela ajuizou ação de reconhecimento de paternidade em 2001. No ano passado, a Justiça da comarca de Caratinga reconheceu a paternidade do ex-vice-presidente em relação à aposentada. Ela alega ser fruto de romance entre o ex-vice-presidente e a sua mãe, Francisca Nicolina de Morais, entre 1953 e 1954, quando ambos residiam na cidade mineira. De acordo com a sentença, ela passou a ter direito de usar o sobrenome de Alencar.

Para o advogado da aposentada, Geraldo Jordan Júnior, o juiz José Antônio de Oliveira Cordeiro se baseou em provas testemunhais e na recusa de Alencar em fazer o teste de DNA. Segundo o advogado, o processo corre em segredo de Justiça. Ele explicou que os defensores de Alencar recorreram da decisão do juiz de Caratinga (1ª Instância) no TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), mas conforme Júnior, ainda não houve decisão sobre o caso.

Segundo a assessoria do TJ de MG, o processo está em fase de recurso, feito pelos advogados de Alencar, contra a sentença do juiz de Caratinga.