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Às lágrimas, Jaqueline Roriz diz que já foi absolvida por eleitores

Maurício Savarese<BR>Do UOL Notícias<BR>Em Brasília

30/08/2011 19h14Atualizada em 30/08/2011 19h49

Em seu primeiro pronunciamento da tribuna da Câmara dos Deputados desde março –quando um vídeo em que aparece recebendo dinheiro do pivô do mensalão do DEM foi divulgado–, a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) afirmou nesta terça-feira (30) que não deve ser cassada porque já foi absolvida por seus eleitores. Ela também culpou a mídia pela pressão para que ela seja excluída da Casa. Seu processo de cassação vestá sendo votado nesta terça-feira.

Deputada chora e diz ser vítima da mídia


Em um vídeo divulgado por Durval Barbosa, ex-secretário do governo do DF e pivô do escândalo de corrupção que derrubou o governador José Roberto Arruda, Jaqueline aparece recebendo pelo menos R$ 50 mil. Ela chamou as imagens de “clandestinas”. Seu advogado, José Eduardo Alckmin, nem sequer mencionou isso em sua fala –concentrou-se na tese de que o fato aconteceu em 2006, ou seja, antes de a deputada tomar posse.

Jaqueline disse que chorou muito com seus amigos e familiares por conta do processo aberto no Conselho de Ética da Casa, que recomendou sua cassação no relatório do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). Disse ainda que sentiu “vergonha” pela exposição e viu injustiças contra ela na mídia. E concluiu com lágrimas nos olhos: “O juiz político dos meus atos é um só: os eleitores de Brasília. Em outro plano, Deus”.

Antes do discurso, Jaqueline se refugiou no café da Câmara para não ouvir o discurso do relator. Chegou em tempo de ouvir críticas duras mesmo assim. “Se fosse fato passado e sabido, até concordo. Mas ninguém sabia do que aconteceu em 2006”, disse o tucano, que em seguida se referiu aos ataques de Jaqueline na Câmara Legislativa do DF a Eurides Brito (PMDB), que renunciou por envolvimento no mesmo esquema e foi flagrada em um vídeo semelhante.

“Quanta desfaçatez. Chamar de cara de pau, pedir CPI, dizer que a cidade sangra”, disse Sampaio. Jaqueline ouviu o fim do discurso do relator de seu caso com os braços cruzados e olhando para o chão. Ao terminar sua fala, ouviu aplausos de alguns colegas e vaias das galerias da Câmara, que continham algumas dezenas de pessoas.

A parlamentar e seu pai, o ex-governador Joaquim Roriz, passaram os últimos dias telefonando para aliados em busca de suporte para evitar a cassação. Se ela perder seus direitos políticos, não disputará eleições até 2022 –oito anos a partir da próxima votação, em 2014.