Senador pergunta a jornalista que depõe na CPI se ele foi abduzido por ETs
Durante o depoimento do jornalista Luiz Carlos Bordoni na CPI que investiga Carlinhos Cachoeira, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), líder dos tucanos no Senado, chegou a perguntar a ele se era verdade que Bordoni diz ter sido abduzido por ETs, como publicado em um blog de Goiás.
Irônico, o jornalista respondeu: “Sim, inclusive encontrei todas as pessoas que passaram informação ao senhor”. O plenário da CPI caiu na risada. Dias, entretanto, retrucou: ”Eu devo acreditar tanto nisso quanto nas outras histórias que ele contou”.
Bordoni disse que o autor do blog é “afilhado” do Marconi e disse que ele vai lançar em breve um livro intitulado “Terrestre-extra”. “Estão tentando desconstruir a minha imagem diante da opinião pública”, disse Bordoni, ao que Dias respondeu que não queria humilhá-lo, mas apenas um esclarecimento sobre essa informação que saiu na imprensa.
O depoente foi repreendido pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que presidia a CPI naquele momento. O senador Pedro Taques (PDT-MT) também o advertiu e foi aplaudido pelos parlamentares ao dizer que a comissão tem poder de polícia e poderia mandar prendê-lo.
Bordoni pediu desculpas e falou que não teve intenção.
Dias afirmou que irá pedir uma acareação entre o contraventor Carlinhos Cachoeira e o jornalista devido às incongruências do depoimento dele. Para serem aprovados, os pedidos devem ser votados pela comissão, o que deve acontecer, em princípio, no dia 5 de julho.
Para o deputado Silvio Costa (PTB-PE), ficou claro que a oposição tentou desqualificar o depoente. Na avaliação do parlamentar pernambucano, os últimos dois dias de depoimento foram muito "ruins" para Perillo primeiro porque, de acordo com informações prestadas à CPI na terça-feira pelo arquiteto Alexandre Milhomem, a casa de Perillo estava sob o comando de Cachoeira. Em segundo, a informação de que a campanha eleitoral dele teve dinheiro da Pantoja, que é a empresa fantasma do Cachoeira. Esses dois elementos mostram que Perillo pode ter mentido à CPI.
Ao falar à CPI, o governador de Goiás, Marconi Perillo, disse que não teve problemas com a Justiça Eleitoral na campanha de 2010 e que pagou R$ 33.300,00 à empresa Art Mídia pelo serviço de comunicação.
Quando o jornalista foi confrontado com essa versão do pagamento, Bordoni confirmou que a nota não era um contrato de trabalho, era a segunda parte de um serviço prestado.
"Essa nota foi apresentada como meu vínculo de trabalho com a campanha. Os políticos de Goiânia sabem que meu trabalho vale mais que R$33.300,00". No entanto, ele não tem como comprovar o valor que recebeu em dinheiro.
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