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Após ser solto, Cachoeira é denunciado de novo pelo Ministério Público de Goiás por exploração de caça-níquel

21.nov.2012 - O contraventor Carlinhos Cachoeira deixa o presídio da Papuda, em Brasília (DF), após quase nove meses preso - André Borges/Folhapress
21.nov.2012 - O contraventor Carlinhos Cachoeira deixa o presídio da Papuda, em Brasília (DF), após quase nove meses preso Imagem: André Borges/Folhapress

Do UOL, em Brasília

21/11/2012 20h01Atualizada em 21/11/2012 20h26

No dia seguinte após ser solto pela Justiça, o contraventor Carlinhos Cachoeira foi denunciado de novo pelo Ministério Público Federal em Goiás referente à exploração ilegal de de caça-níqueis com máquinas contrabandeadas em diversas regiões do Estado e em Brasília. A denúncia, em que mais 16 pessoas são acusadas de envolvimento no esquema, foi feita na semana passada, mas a informação foi divulgada nesta quarta-feira (21).

Segundo a Procuradoria, desde o início das investigações, foram apreendidos 345 equipamentos (202 em Valparaíso, 101 em Brasília e 42 em Goiânia). As primeiras apreensões foram realizadas nos dias 29 e 30 de julho de 2011. No dia em que foi deflagrada a operação Monte Carlo, em fevereiro deste ano, aconteceram mais cinco apreensões. Outras duas foram feitas no dia 31 de março.

Esta é a segunda denúncia feita pelo MPF/GO e as 17 pessoas denunciadas agora também foram citadas na primeira, apresentada em março deste ano. Na primeira denúncia, foram acusadas, no total, 80 pessoas (incluindo policiais militares, civis e federais) por formação de quadrilha armada, corrupção, peculato e violação de sigilo por parte de servidores públicos.

A decisão de separar em mais de uma denúncia foi dos procuradores da República Daniel de Resende Salgado e Lea Batista de Oliveira por conta da complexidade do caso. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério Público, o intervalo de vários meses entre uma denúncia e outra se deveu pela espera das conclusões da perícia nos equipamentos apreendidos.

Os laudos indicaram que as máquinas tinham peças oriundas de outros países, como China, Taiwan, Malásia, Filipinas, Costa Rica e Coreia. Norma da Receita Federal determina que máquinas procedentes do exterior e de importação proibida devem ser apreendidas.

Essa segunda denúncia também será julgada pela 11ª Vara da Justiça Federal de Goiás.

Denunciados

Além de Cachoeira, são citados na segunda denúncia Lenine Araújo, Geovani Pereira, José Olímpio de Queiroga, Rosalvo Simprini, Raimundo Washington Queiroga, Francisco Marcelo Queiroga, Terezinha Francisca da Silva, Valmir José da Rocha, Antônio José Sampaio, Danilo Dias Dutra, Fernando César da Silva, Rita de Cássia Moreira da Silva, Arnaldo Rúbio, Paulo Roberto de Almeida Ramos, Thiago de Almeida Ramos.

A investigação apontou que Carlinhos Cachoeira era quem coordenava o grupo, responsável pela concessão dos pontos de exploração e pelo recolhimento e repasse financeiro dos lucros. A quadrilha teria atuado por mais de dez anos, movimentando cifras milionárias. Relatório apontou que de janeiro a setembro de 2011, foram arrecadados mais de R$ 11 milhões.

De acordo com a Procuradoria, se condenados pelo crime de depósito e exploração comercial de caça-níqueis compostas por equipamentos eletrônicos contrabandeados, os envolvidos podem pegar, por crime, penas de até quatro anos de reclusão, que seriam somadas às penas decorrentes de eventual condenação na primeira denúncia.